Deputados federais e senadores do Rio de Janeiro reagiram à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que determinou na manhã desta sexta-feira (28) o afastamento do governador do Rio Wilson Witzel (PSC) no âmbito da operação “Tris in Idem”. O pedido de afastamento, feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR), acontece por conta de apuração de irregularidades em contratos de saúde feitos pelo estado.
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A decisão foi assinada pelo ministro do STJ Benedito Gonçalves, que negou o pedido de prisão de Witzel, feito pelo Ministério Público, mas ordenou o afastamento do governador por 180 dias. Segundo Gonçalves, há provas de que a organização criminosa “agiu e continua agindo” no estado do Rio de Janeiro, e que operações anteriores feitas no estado traziam provas materiais da existência de um esquema ilícito.
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Veja reações entre representantes da bancada do estado no Twitter:
Opositor de Witzel e do presidente Jair Bolsonaro, o deputado Marcelo Freixo (Psol) relacionou as duas autoridades. Além de cobrar que o governador afastado esclareça os contratos no escritório de sua esposa, Helena Witzel, Freixo também afirmou a família Bolsonaro tem interesse em influenciar e escolher quem será o próximo governador do Rio. “Será q a amizade entre Flávio Bolsonaro e Witzel deu uma rachadinha? Lembrando que foi o clã Bolsonaro que elegeu Witzel!”, escreveu ele.
Witzel chegou ao poder com apoio de Bolsonaro e agora é afastado por acusações de crimes semelhantes cometidos pelos ex-governadores Cabral e Pezão. E não podemos esquecer que a família Bolsonaro apoiou os três. Esse é o esgoto político do Rio de Janeiro.
Publicidade— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) August 28, 2020
O senador Romário (Podemos) lamentou o episódio em plena pandemia e afirmou que o estado “merecia um histórico melhor”. Romário disputou o cargo de governador nas eleições de 2018 e obteve 8,70% dos votos válidos no primeiro turno.
STJ afasta governador Witzel do cargo por suspeitas de irregularidades na saúde. Em plena pandemia, quando os governantes deveriam estar focados em salvar a população. O estado do Rio de Janeiro merecia um histórico melhor. Inclusive eu avisei, to c a minha consciência tranquila.
— Romário (@RomarioOnze) August 28, 2020
Aliado do presidente Bolsonaro, o deputado Luiz Lima (PSL) afirmou em vídeo que o dia 28 de agosto de 2020 entra para a história. Outro bolsonarista, Otoni de Paula (PSC), que é do mesmo partido de Witzel, chamou o governador de “canalha” e criticou a permanência dele no Palácio das Laranjeiras. As decisões tomadas hoje permitem que Witzel continue ocupando a residência oficial.
Sextou pro Witzel! O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou, nesta sexta-feira (28), o afastamento imediato do governador Wilson Witzel (PSC) do cargo por irregularidades em contratos na saúde.
— Luiz Lima (@Oficialluizlima) August 28, 2020
O CANALHA quer ficar no Palácio Laranjeiras, comendo e bebendo as custas do povo. Mas não vai mesmo! Vou protocolar um questionamento ao STJ. Se @wilsonwitzel quiser comer e beber as nossas custas será em Bangu 8.
— Otoni de Paula (@OtoniDepFederal) August 28, 2020
O deputado Carlos Jordy (PSL), vice-líder do governo na Câmara, criticou o pronunciamento feito por Witzel, em que ele disse que o ex-presidente Lula foi vítima de julgamento parcial. “Eu não sou a favor de Lula nem contra Lula, mas o Supremo Tribunal Federal está chegando à conclusão de que, infelizmente. Sergio Moro foi parcial”. A fala do governador afastado foi uma forma de dizer que o Poder Judiciário pode tomar decisões erradas.
Em seu pronunciamento, Witzel defende Lula e sai em defesa de um dos seus maiores aliados, o Prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, preso por corrupção e que agora responde em liberdade.
Imagine, você que votou nesse cara, se tivesse ideia de que ele era traste, votaria nele? pic.twitter.com/zS9KHHYD7C
— Carlos Jordy (@carlosjordy) August 28, 2020
Jandira Feghali (PCdoB) afirmou que o afastamento do governador é “mais uma vergonha para o nosso Estado que já esperava o desfecho do impeachment”. A deputada lembrou que o presidente nacional do PSC, Pastor Evaraldo, preso na mesma operação, batizou Bolsonaro no Rio Jordão, além de ter abrigado Flávio Bolsonaro na sigla (Flávio agora está filiado ao Republicanos). “Que o povo do Rio reflita sobre seu voto e não se deixe enganar por ondas que negam a história e a democracia”, escreveu ela.
Pastor Everaldo, também preso na mesma operação, batizou Bolsonaro no Rio Jordão, além de abrigar Flávio Bolsonaro em seu partido. Que o povo do Rio reflita sobre seu voto e não se deixe enganar por ondas que negam a história e a democracia.
— Jandira Feghali 🇧🇷🚩 (@jandira_feghali) August 28, 2020
A deputada Clarissa Garotinho (Pros), filha dos ex-governadores fluminenses Anthony e Rosinha Garotinho , disse que Witzel teve ascensão e queda meteóricas. “A Soberba precede a Ruína”, publicou.
STJ afasta Wilson Witzel do Governo do Rio. A decisão mostra que ninguém está acima da Lei, mesmo aqueles que se disfarçaram por trás de uma Toga.
— Clarissa Garotinho (@dep_clarissa) August 28, 2020
Nunca se viu na política uma ascensão e queda tão meteórica quanto a do governador Wilson Witzel, agora afastado do cargo pelo STJ.
— Clarissa Garotinho (@dep_clarissa) August 28, 2020
O senador Arolde de Oliveira (PSD) lamentou a situação do estado. “Arrogância e ganância outra vez de mãos dadas? Não existe escrúpulo dos governantes? A situação política, econômica e social afunda de vez.”
Lamentável e triste a situação do Rio de Janeiro. Arrogância e ganância outra vez de mãos dadas? Não existe escrúpulo dos governantes? A situação política, econômica e social afunda de vez. Quem está com a razão é irrelevante. Quem perde somos nós população do Estado.
— Arolde de Oliveira (@AroldeOliveira) August 28, 2020
O que diz a defesa
Em pronunciamento, Witzel disse que a decisão do STJ é um “ultraje à democracia”, e que a sua defesa irá recorrer da decisão. Em sua análise, o ministro Benedito Gonçalves, que assinou o afastamento de 180 dias, foi induzido por uma “uso político” da Procuradoria-Geral da República (PGR). “Todas as medidas que venho tomando são contrárias a qualquer medida de afastamento. Não há nenhum ato que possa caracterizar que eu, em algum momento, atrapalhei as investigações”, disse.
O PSC, partido de Witzel e do pastor Everaldo, se manifestou por meio de nota e disse que os dois “sempre estiveram à disposição de todas as autoridades”.
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E sobre o André Miliciano, quero dizer, André Ceciliano, vocês não tem nada comentar?