Deputados da oposição se reúnem, nesta quarta-feira (7) à tarde, com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Antônio Dias Toffoli, para tratar da transferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da sede da Polícia Federal em Curitiba, berço da Operação Lava Jato, para São Paulo, onde estão presidiários famosos como Suzanne Von Ritchofen, Alexandre Nardoni e Gil Rugai.
A reunião é acompanhada do vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcos Pereira (PRB-SP). De acordo com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi um dos articuladores para que o encontro fosse possível.
Gleisi e o ex-candidato a presidente da República Fernando Haddad e os líderes do partido na Câmara, Paulo Pimenta (RS), e no Senado, Humberto Costa (PE), discutem com a defesa do ex-presidente estratégia para garantir o cumprimento à lei.
Pela manhã, a Justiça Federal do Paraná autorizou a transferência Lula, em decisão assinada pela juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela execução penal do ex-presidente.
Leia também
Cerca de uma hora depois da divulgação do comunicado, a Justiça Estadual de São Paulo decidiu transferir Lula para a Penitenciária II de Tremembé, no interior paulista, distante a 150km da capital.
Por ser um ex-presidente da República, Lula está detido em uma sala especial na sede da Polícia Federal, em cumprimento à pena pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva no âmbito da Operação Lava Jato no caso do tríplex do Guarujá (SP). Com a transferência para São Paulo, ele irá para uma penitenciária comum, em desrespeito à Constituição Federal.
PublicidadeA decisão de transferir Lula foi definido pelo PT como “ato de perseguição”. A avaliação dos petistas é que o ex-presidente ficará sob o controle do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), forte crítico do ídolo dos petistas.
> Intercept: Dallagnol tentou lucrar com a Lava-Jato
> Lula intensifica reuniões com governadores do Nordeste
> Grupo quer Haddad no comando do PT, mas depende do aval de Lula
> Oposição pede investigação de fundo bilionário da Lava Jato