Getúlio Vargas se suicidou em 24 de agosto de 1954.
As notícias da época eram semelhantes às do final de 2015 até o golpe contra Dilma e a democracia, em 2016. O jogo político e a manipulação através da imprensa também eram semelhantes.
Se antes havia uma UDN (União Democrática Nacional) e um Carlos Lacerda, agora havia muitos Lacerdas e os partidos da oposição formaram uma frente que não ficou em nada a dever à antiga UDN. Se antes havia uma Tribuna de Imprensa, hoje há uma potente Rede Globo e outros sabujos.
Os opositores a Getúlio Vargas fizeram do atentado da Tonelero, que vitimou o major-aviador Rubens Vaz, a grande oportunidade para pedir a renúncia. Essa morte acirrou setores das Forças Armadas, principalmente da Aeronáutica, que colocaram-se contra Vargas.
Na ocasião, a oposição conseguiu que a investigação da morte do major Vaz deixasse de ser feita pela Polícia Civil e fosse conduzida pela Aeronáutica. Instaurado o IPM (Inquérito Policial Militar), o mesmo ficou sob o comando da base aérea do Galeão.
Pelo excesso de poder concedido aos membros deste IPM, e pela sua localização, ficou conhecido como a “República do Galeão”.
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O trágico final todos conhecem: dia 23 de agosto circula o Manifesto dos Generais exigindo a renúncia. No dia seguinte, Getúlio Vargas renuncia ao governo, com um tiro no peito.
Fernando Collor de Mello renunciou a seu mandato de presidente no dia 29 de dezembro de 1992.
Primeiro presidente diretamente eleito depois do fim da ditadura, tomou posse em 15 de março de 1990. O período de governo entre a posse e a renúncia ficou conhecido como “República de Alagoas”.
A expressão refletia preconceito e não admiração ou respeito. O preconceito se devia ao fato de terem ascendido ao governo alguns “novos ricos” – pessoas que enriqueceram rapidamente – com modos considerados vulgares e de mau gosto, como, por exemplo, a música brega e a cascata da casa da Dinda.
O governo Collor foi um período de turbulência econômica e política, acompanhada por inúmeros casos de corrupção. Sem defender Collor e sua “República”, como em 1954 e 2014-2015, a imprensa teve um papel preponderante: manipulou a informação ao seu bel-prazer.
O grave problema de Collor e a razão de sua deposição foi ser de Alagoas e não ter um grande partido a defendê-lo. Se de São Paulo fosse, e pertencesse ao PSDB, a burguesia paulista o defenderia.
O final da história todos conhecem: em 29 de dezembro de 1992, ruiu a República das Alagoas, com uma renúncia, e não um tiro no peito.
Dilma Rousseff foi cassada no dia 31 de agosto de 2016.
No início de março de 2016, o ex-presidente Lula em conversa telefônica disse a presidenta Dilma que estava assustado com a “República de Curitiba”. Tal diálogo foi ilegalmente vazado à imprensa por algum dos operadores da Lava Jato.
Lula usou a expressão de forma pejorativa, tendo como referência a “República do Galeão”, que, na época, construiu todo um ambiente de golpe contra Vargas.
Disse Lula: “Eu, sinceramente, estou assustado com a República de Curitiba. Porque a partir de um juiz de primeira instância tudo pode acontecer”.
Como o IPM para investigar a morte do Major Vaz exorbitou de seus poderes, a Operação Lava Jato comandada pelo juiz “presidente” da “República de Curitiba” também abusa de seus poderes.
Assim como a “República do Galeão” teve um único objetivo, atingir e depor Getúlio Vargas, a “República de Curitiba” tem um o seu: destruir Lula e o PT.
No fundo, a razão é a mesma, não permitir a ascensão social dos trabalhadores e dos pobres, tanto que, após o golpe, os usurpadores estão a destruir todo avanço social dos governos Vargas, Lula e Dilma.
Não é sem razão que entregam todas as estatais, principalmente a Petrobras, destroem o modelo de Previdência Social e a CLT.
A República de Curitiba, cujo “presidente” é o juiz Sérgio Moro (se tiver “vice” é o procurador Deltan Dallagnol), gerou (não sei qual seria a melhor definição) falsos moralistas que batem panelas e se vestem de verde e amarelo, para aplaudir o seu “presidente”. No entanto, calam quando se trata de ladrões do PSDB, DEM, Solidariedade, PPS, PP, PSD, PTB, etc.
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