A ex-primeira-dama do Rio de Janeiro Adriana Ancelmo, esposa do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), teve sua prisão domiciliar substituída pelo uso de tornozeleira eletrônica e pelo recolhimento domiciliar nos finais de semana. A decisão é do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal do Rio, que atendeu a pedido do Ministério Público Federal.
Segundo o colunista Lauro Jardim, de O Globo, durante a semana Adriana só precisará recolher-se em casa entre 20h e 6h da manhã. No resto do tempo, pode deixar sua casa, inclusive para trabalhar, desde que use a tornozeleira.
A decisão não é de todo positiva para a ex-primeira-dama, ressalta a coluna. O tempo da prisão domiciliar integral é considerado cumprimento de pena se Adriana tiver de voltar para a penitenciária. Já as novas medidas impostas por Bretas não contam como cumprimento de pena.
Primeira-dama entre 2007 e 2017, a advogada foi condenada a 18 anos de reclusão por associação criminosa e lavagem de dinheiro na Operação Calicute, um dos desdobramentos da Lava Jato. O esquema de corrupção, segundo a Justiça, desviou ao menos R$ 224 milhões em contratos com empreiteiras.
Ela está em prisão domiciliar desde dezembro sob a justificativa de que tem filho menor de 12 anos. A legislação permite nesses casos que a mulher possa ficar presa em casa para cuidar da criança. No último dia 17, porém, o filho dela atingiu essa idade. Por isso, a permanência dela em prisão domiciliar era incerta.
Uma decisão justa. Nos crimes de colarinho branco a pena pecuniária é mais eficaz.