O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, negou nesta segunda-feira (15) que entregará o cargo, mas confirmou que a troca de comando da pasta está em discussão. “Ministro Pazuello vai ser substituído? Um dia sim, pode ser curto, médio, longo prazo. O presidente está nesta tratativa de reorganizar o ministério”, disse Pazuello em entrevista de balanço do ministério.
O general disse que tem ajudado o presidente Jair Bolsonaro a escolher um sucessor da pasta e que sabatinou a médica Ludhmila Hajjar, que foi ao encontro de Bolsonaro neste domingo (14), mas que não ocupará o cargo por “divergências técnicas” com o presidente. Pazuello disse que as discussões sobre a mudança no ministério não afetam seu trabalho.
“Enquanto isso não for definido, a vida segue normal: eu não estou doente, eu não pedi para sair e nenhum de nós do nosso Executivo está com problema algum […] Estamos trabalhando focados na missão”, disse.
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Nesta segunda-feira, Ludhmila encontrou novamente Bolsonaro e recusou o convite para assumir a pasta, alegando “razões técnicas”. A emissoras de TV, Ludhmila disse que não considera que Bolsonaro irá mudar de ideia sobre a pandemia, e que sofreu ameaças durante o final de semana, após seu nome ser cogitado.
O presidente se reuniu com o também cardiologista Marcelo Queiroga sobre a vaga, e o PP pressiona pela indicação do deputado Dr. Luizinho (PP-RJ).
PublicidadeAinda durante a entrevista nesta tarde, Pazuello se mostrou confiante em um avanço do ritmo de vacinação contra a covid-19 no país e disse esperar que até 88% dos grupos prioritários estejam vacinados até o fim do mês de abril – sem, no entanto, citar quais seriam estes grupos e quantos seriam os vacinados.
O ministro indicou que há contrato para a compra de 562 milhões de doses até o final de 2021, sendo 38 milhões da Janssen (de dose única) e 100 milhões da Pfizer.
Pazuello também falou sobre possíveis crises de suprimento de oxigênio hospitalar, como a registrada em Manaus no início do ano. Acre e Rondônia também relataram problemas – mas o general entende que o cenário não é culpa ou responsabilidade da pasta.
“Eu faço primeiro uma pergunta a todos os brasileiros: o que o Ministério da Saúde tem a ver com produção, transporte, distribuição e logística de oxigênio? Depois de se perguntar isso, se perguntem: o que o Ministério tem a ver com isso?”
Pazuello é o terceiro ministro da Saúde durante a pandemia, sucedendo Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Quando o general assumiu o cargo, há dez meses, o país tinha 15,6 mil mortos e 233 mil casos. Hoje, o Brasil tem 278,2 mil mortes, e mais de 11,5 milhões de casos. A gestão de Pazuello tem sido bastante criticada por sanitaristas, especialistas, governadores, prefeitos e parlamentares.
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