Depois de enfrentarem a falta de Equipamentos de Proteção Individual e respiradores, as secretarias estaduais de saúde estão agora diante da escassez de medicamentos utilizados na intubação de pacientes, um procedimento indispensável em casos mais graves de covid-19.
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Dados sobre essa situação foram apresentados nesta quarta-feira (3) por Heber Dobis Bernarde, consultor de Assistência Farmacêutica do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Ele foi um dos convidados reunião da Comissão Externa de Ações contra o Coronavírus, da Câmara dos Deputados.
Segundo ele, há pelo menos três semanas o Conass começou a receber relatos de algumas secretarias, em especial da região Norte, sobre a falta de medicamentos do chamado “kit intubação”.
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Pelo levantamento do Conass, 11 medicamentos usados como apoio para ventilação mecânica estão em falta em mais da metade dos estados do país.
O Rocurônio, por exemplo, um relaxante muscular utilizado na intubação está em falta na rede pública de 24 estados brasileiros.
“Teremos que nos acostumar a ver notícias sobre situações onde teremos todo o arsenal de insumos necessários para intubação, mas por falta de medicamentos o processo será inviabilizado”, avalia Heber.
Segundo ele, há um conjunto de fatores que causam essa escassez.
“Não é falta de recurso financeiro. As secretarias estão preparadas para comprar, têm intenção de comprar, mas há problemas com licitações desertas, falta de produtos no mercado, atraso na entrega no medicamento e, não menos importante, a alta dos valores”, avalia.
Heber relata que muitos secretários, premidos pela urgência das aquisições, estão comprando medicamentos por valores muito superiores ao habitual, o que pode gerar problemas com os órgãos de controle.
De acordo com Nelson Mussolini, presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), a alta demanda pelos medicamentos afetou o mercado. Ele sustenta, entretanto, que casos de abusos de preços acima da tabela da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos devem ser investigados.
Segundo ele, há outros fatores que levam ao aumento de preços e à falta de medicamentos nos hospitais brasileiros: entre eles o aumento do dólar, dificuldades com frete para entrega de matéria-prima e distribuição dos medicamentos.
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