No final de 2020 e início deste ano, políticos bolsonaristas celebraram nas redes sociais a decisão da prefeitura de Manaus (AM) de relaxar as medidas restritivas devido à pandemia de covid-19.
A saúde da capital amazonense entrou em colapso essa semana por conta do aumento no número de casos da doença. De acordo com os dados do governo do estado, foram registrados quase dois mil novos casos e 24 mortes nas últimas 24 horas. Mais de 5.800 pessoas morreram no estado desde o início da pandemia, segundo o governo estadual.
Os deputados Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP) e o ex-ministro Osmar Terra foram alguns dos que usaram as redes para reagir ao afrouxamento das regras:
PublicidadeEmbora noticiário alarmista, Manaus tem queda importante de óbitos desde julho,mostrando uma imunidade coletiva( de rebanho) em formação e se manteve assim até o último dia do ano. As escolas reabriram ainda em setembro e não houve alteração da curva de óbitos como mostra gráfico pic.twitter.com/UVbX6acA9J
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Publicidade— Osmar Terra (@OsmarTerra) January 4, 2021
A pressão do povo está funcionando. A notícia é de que o governador do Amazonas, @wilsonlimaAM , resolveu voltar atras em seu decreto de lockdown. Tomara! https://t.co/Ev7gtuDdYR
— Bia Kicis (@Biakicis) December 27, 2020
1º Búzios e agora Manaus. Todo poder emana do povo.
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) December 26, 2020
Em 28 de dezembro, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) publicou nas redes sociais que “como Búzios, Manaus não aceitou o lockdown”. A parlamentar apagou o post no Twitter, mas no Facebook ainda é possível encontrar a publicação. Hoje, Carla Zambelli recorreu novamente ao microblog para dizer que “O governador do Amazonas teve dez meses para preparar o sistema de Saúde do Estado. Por que não preparou? Estava fazendo o que com o dinheiro? Acho que a PF responde”.
Falta de oxigênio
Nesta quinta-feira (14) profissionais da saúde da capital amazonense denunciaram a falta de oxigênio nas unidades de saúde. A demanda do insumo nas redes pública e privada do estado passou a ser cinco vezes maior nos últimos 15 dias.
De acordo com o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, entre os meses de março e maio, houve um consumo máximo de 30 mil metros cúbicos/mês. Hoje, são mais de 76 mil, um acréscimo de 160%.
Em nota, o governo do estado afirmou que em conjunto com o Ministério da Saúde iniciaram a execução da “Operação Oxigênio” para abastecer os hospitais do Amazonas com o gás.
O governador Wilson Lima (PSC) comentou hoje sobre a dificuldade logística que o estado tem encontrado para abastecer as unidades de saúde com oxigênio. “Desde a semana passada temos um esforço muito grande para complementar a produção que é feita aqui no Amazonas. Para isso, temos contato com o Ministério da Saúde e da Força Aérea Brasileira”.
A logística da operação do Ministério da Saúde e do governo local prevê um rota terrestre com insumos até Belém, saindo de Fortaleza, para chegar a Manaus por meio de aviões. Para atender com urgência as redes, o transporte terrestre e fluvial, que seria o procedimento mais comum, foi descartado.
Transferência de pacientes
Outra medida anunciada pelo governo local foi a transferência de pacientes para cinco outros estados. Num primeiro momento, 235 pessoas com quadros clínicos considerados moderados serão transladados. Ainda nesta quinta-feira (14) serão transferidos 90 pacientes para o Maranhão, Piauí e Distrito Federal.
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), disse que vai disponibilizar 30 vagas em UTIs no estado.
O ES está disponibilizando 30 vagas de UTI-COVID para atender pacientes do Amazonas. Temos condições de recebê-los a partir desta madrugada. O momento exige solidariedade e união dos Estados em prol das vidas humanas.
— Renato Casagrande (@Casagrande_ES) January 14, 2021
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