A várzea acaba de ganhar um novo conceito na Região Amazônica, abrangendo áreas antes consideradas terra firme, nas zonas rural e urbana, obrigando o poder público a ampliar o olhar sobre aqueles que nelas residem. Trabalhamos muito, nessas últimas duas semanas, eu e a equipe do governo do Amazonas, para sensibilizar setores estratégicos do governo da presidenta Dilma Rousseff quanto à necessidade de ações definitivas no combate aos males da enchente recorde que assola o estado. Na última terça-feira (29/05), quando o governador Omar Aziz teve uma rodada de audiências nos ministérios, a equação do problema ficou mais próxima.
Esta semana, o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, anunciará ações para atender às solicitações do Amazonas. Grande parte do foco de nosso trabalho visa viabilizar recursos financeiros da pasta, com o objetivo de indenizar as famílias que estão com suas casas debaixo d’água por causa da cheia. Queremos retirar essas famílias, definitivamente, das áreas sob risco, indenizando-as corretamente, permitindo o acesso a novas moradias.
O governador Omar Aziz nos pediu que levássemos outras demandas do Amazonas, como propostas para resolver a destinação dos resíduos sólidos, principalmente nos municípios do interior. O amazonense sabe como os lixões ainda são comuns em muitos de nossos 62 Municípios. Também pediu celeridade na liberação de recursos para obras de urbanização do Igarapé da Cachoeira Grande/Franceses e de investimentos na adaptação de moradias de acordo com as necessidades de pessoas com deficiência.
O ministro Aguinaldo Ribeiro recebeu todas as solicitações e pediu um estudo técnico para avaliar quais delas serão atendidas com prioridade. Todas preenchem os requisitos de viabilidade e necessidade. A partir de agora, vem o trabalho junto aos técnicos, em Brasília, aparando arestas e buscando viabilizar a liberação de recursos, o mais rapidamente possível, destinados à solidariedade para com o povo amazonense.
Agradeço também aos colegas da bancada federal amazonense que estiveram conosco, nos encontros nos ministérios das Cidades, Justiça e Integração Nacional, todos muito solidários com o sofrimento da população flagelada pela cheia.
A enchente deste ano, que dificilmente deixará os rios amazônicos abaixo da cota dos 30 metros acima do nível do mar, estabelece novos paradigmas. Em Brasília, segunda-feira (28/05), o governador amazonense fez uma análise muito lúcida quanto à “culpa dos políticos”, em relação à falta de estrutura do Amazonas para receber tragédias naturais como essa. Faltaram ações estruturais. Sobraram medidas paliativas. Ele tem procurado trabalhar para evitar que erremos outra vez e não construamos agora as condições para que a população fique protegida de momentos como esse, diante das surpresas da natureza.
Melhor que o povo fique apenas com o viés contemplativo. Porque, apesar da tragédia, em tantos aspectos, não é possível deixar de ver quantos recantos do Amazonas ficam ainda mais belos no auge da enchente.
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