Nos últimos trinta dias, cumpri, como deputado federal, duas missões oficiais pela Câmara dos Deputados. Nas duas, fui vítima de problemas de voo ou de aeroporto. Um, foi no aeroporto de Frankfurt, com o avião da Lufthansa, e outro foi no Aeroporto John F. Kennedy (JFK), Nova Iorque. Os problemas podem demonstrar que tanto a Lufthansa como o aeroporto JFK não têm o “padrão Fifa” de qualidade. O padrão exigido pela elite brasileira e por alguns desavisados, que cantam o jogo sem sequer ver a bola.
Estávamos todos já embarcados no avião da Lufthansa, no aeroporto de Frankfurt, esperando a decolagem, quando depois de uma hora o comandante avisa que, por problemas técnicos, devemos desembarcar e procurar o pessoal de solo. Além dessa informação, disse-nos que partiríamos somente no dia seguinte às 12h45. Esse informe foi dado perto da meia noite.
No solo, fomos informados que as bagagens permaneceriam no avião. Ótimo! Significa que teremos que viajar com a mesma roupa que estamos usando.
Para os que como eu e minha mulher, que fazíamos conexão no aeroporto, foi rapidamente providenciado o hotel. Para os que ali embarcavam, a proposta era outra: voltassem para suas casas. Ocorre que muitos estavam em viagem e tinham se hospedado em hotéis, outros foram até ali de trem. Nesses casos, os diálogos foram mais ríspidos. Não fiquei para assistir. Fomos para o hotel indicado e no dia seguinte voltar com a mesma roupa. Pelo menos, tinha café da manhã.
Como vê,caro leitor e cara leitora, as empresas de aviação agem de maneira idêntica no mundo todo. Só que quando isso ocorre com uma empresa brasileira, é um tal de emitir impropérios contra a empresa, o governo, principalmente por ser do PT e o Brasil. São tantas as ofensas que não dá nem para ficar por perto.
Outro acidente ou problema ou incapacidade ou incompetência ocorreu no aeroporto JFK, de Nova Iorque. Coloco esses quatro (poderia colocar mais) substantivos para chamar a atenção: se fosse no Brasil, “incompetência” seria pouco.
O avião chegou ao aeroporto JFK no horário certo, porém, só fomos desembarcar uma hora depois, pois o avião teve que ser rebocado para outro portão de desembarque.
PublicidadeNeste voo, viajavam vários brasileiros, entre os quais um ao meu lado e dois nos bancos de trás. Assim que o comandante avisou do problema técnico nos olhamos um para o outro e, creio que pensamos o mesmo, tanto que quase que exclamamos em uníssono: se fosse no Brasil…
Se fosse no Brasil, seria novamente a grita de impropérios contra o Brasil e principalmente contra o PT e o governo Dilma Roussef. Todos gritariam queremos aeroporto “padrão FIFA”. Gritariam inclusive aqueles que não sabem o que é “padrão FIFA”. É que virou moda.
Aqueles que gritam “queremos padrão FIFA” para a saúde, educação, mobilidade, etc., tem algum grau de razão, mas também tem um grau de desconhecimento. Digo isso por que uma coisa não tem nada a ver com a outra.
Para não cansar, não vou usar somente dados do orçamento da saúde. O orçamento da União para 2014 é de R$ 106 bilhões, um aumento de 31% em relação a 2011. De 2011 até o momento o governo federal investiu R$ 258 bilhões em obras e serviços na área de saúde. Muito acima dos investimentos para termos a Copa. Os investimentos foram estimados em R$ 33 bilhões, cujo montante não deve ser alcançado, portanto, teremos uma Copa mais barata do que o planejado. Gastaremos em torno de R$ 26 bilhões, incluído aqui os R$ 8 bilhões investidos nos 12 estádios onde serão efetuados os jogos.
Parte do dinheiro (R$ 3,9 bilhões) para a construção dos estádios é de empréstimo junto ao BNDES, portanto voltará para o banco. Outra parte é investimento dos governos locais ou de empresas que adquiriram o direito de uso das arenas.
Vocês que jogam contra o Brasil, por favor, parem e vamos torcer para a nossa seleção e o nosso país.
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