O Brasil está cada dia melhor. Pelo menos, são essas as notícias que lemos nos jornais e na internet todo santo dia. Até mesmo a nossa tão conhecida corrupção “made in Brazil” anda sendo combatida, por iniciativa popular, diga-se de passagem. O projeto ficha limpa foi e continua sendo uma grande notícia. Se Roriz e mais outros 100 fichas sujas forem impedidos de concorrer a cargos públicos nas eleições de outubro, sem dúvida, teremos avançado muito.
Mas nossas mazelas continuam e insistem em nos esbofetear diariamente.
Seguindo as notícias aqui e ali, impressiona a quantidade de absurdos e barbaridades cometidas pelos motoristas brasileiros. E o que é pior, não se vê punições. É a selvageria instituída e a impunidade legalizada.
No Brasil quem tem carro, pode mais do que quem não tem, ou pelo menos parece que assim é.
Quem tem dinheiro e carro bacana está acima da lei, ou pelo menos assim parece.
A selvageria vira notícia de verdade quando a vítima também tem dinheiro ou quando a selvageria vira barbárie. Foi assim nos trágicos atropelamentos de Rafael Mascarenhas e do garoto João Hélio. Você se lembra?
No dia a dia da imprensa, vou lendo o absurdo das vias de trânsito do Brasil. Quem se der ao trabalho de “colecionar” essas notícias vai descobrir que quase todo dia acontece um crime semelhante nas ruas e/ou estradas do Brasil.
É absurdo atrás de absurdo. Barbaridades em cima de barbaridades.
Alguém me diga aí se um, unzinho sequer, dos milhares de candidatos das próximas eleições de outubro tocou no assunto.
Desconfio que a resposta é não. E também desconfio que o assunto não renda votos. Esses crimes geralmente são cometidos por gente que tem dinheiro. E muitas das vezes, contra gente que não tem dinheiro, gente que não importa. Gente de segunda categoria. No Brasil todos são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros, e a lei é apenas um conceito.
Só para ilustrar e fechar esse texto, cito aqui a história de um motorista sueco que foi pego dirigindo sua Mercedes SLS AMG a 290 km/h numa autopista da Suiça. O permitido na estrada entre Berna e Lausanne era de 120 km/h. O condutor teve a carteira de motorista cassada e a Mercedes apreendida. Na Suiça, a multa é calculada de acordo com os rendimentos do infrator, além é claro, da velocidade do veículo. Como o motorista sueco tem grana, a multa pode chegar a 782 mil euros ou um milhão de dólares.
Em tempo, uma Mercedes SLS AMG custa 177 mil euros.
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