O Carf é uma espécie de tribunal administrativo da Receita Federal que funciona como última instância de recurso contra a cobrança de impostos.
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Junto com Edison Rodrigues, foram acusados o ex-conselheiro do Carf José Ricardo da Silva, a ex-conselheira suplente Adriana Oliveira e Ribeiro, o advogado Anderson Cerioli Munaretto e o delegado aposentado da Polícia Federal Casimiro de Andrade Emerim, bem como o diretor presidente da Mundial, Michel Lenn Ceitlin, e o diretor financeiro da companhia, Paulo Ricardo de Moraes Machado.
As acusações são pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e formação de quadrilha.
Voto
Segundo nota do MPF, o esquema teve início em 2008, quando José Ricardo da Silva, então conselheiro titular do Carf entrou em contato com a Mundial, por intermédio do escritório de advocacia de Edison Rodrigues, para comunicar a existência de diversos processos em tramitação no órgão em desfavor da companhia.
PublicidadeOs procuradores Frederico Paiva e Herbert Mesquita disseram ter provas sobre a compra de pelo menos um voto de José Ricardo da Silva em favor da Mundial no Carf, em um processo de 2010 no valor de R$ 43 milhões, mas que o favorecimento pode chegar a 29 recursos apresentados pela companhia no órgão.
Edison Rodrigues e Adriana Oliveira tiveram papel chave nas negociações, por possuírem “trânsito livre no tribunal administrativo, uma vez que ela era suplente e ele já havia presidido o Carf por nove anos”, diz a nota do MPF.
O delegado aposentado da PF Casimiro Emerim era quem se reunia com os executivos da Mundial, de acordo com os procuradores.
A Agência Brasil entrou em contato com a Mundial S.A. e, até o momento de publicação do texto, a companhia não se manifestou sobre a denúncia. A reportagem tentou contato também com os números de telefone do escritório de advocacia de Edison Pereira Rodrigues em Brasília, mas não foi atendida. Os outros acusados não puderam ser localizados.
Em junho, Edison Rodrigues foi acusado pelo MPF, junto com sua filha Meigan Rodrigues, de participação em um outro esquema para favorecer a empresa TOV Corretora em julgamentos no Carf.
Ao todo, a Operação Zelotes gerou até agora nove processos contra 54 pessoas suspeitas de envolvimento em esquemas de corrupção no Carf, com prejuízos aos cofres públicos que somam R$ 19 bilhões, segundo estimativa do MPF.
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