O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) divulgou nesta terça-feira (8), em redes sociais e de televisão e rádio, um vídeo de 30 segundos em que admite ter cometido erros, mas sem apontar quais foram eles. Enumerando uma série de situações em relação às quais diz ter acertado, o partido provoca a curiosidade de telespectadores e internautas ao convidar o público para, no próximo dia 17, a partir das 20h30, conhecer “as ideia e posições do PSDB diante do futuro do Brasil”.
Veja o filmete:
“O PSDB acertou quando criou o Plano Real. Mas agora, errou. Acertou quando lutou pelas ‘Diretas Já’ e anistia [a fatos relativos à ditadura]. Agora, errou. Foi quem implantou os ‘agentes de saúde’. Mas agora, errou. O PSDB errou e tem que fazer uma autocrítica. Não adianta pedir desculpas”, diz o filmete de 30 segundos, entrecortando a narrativa sobre os acertos com declarações de que errou feitas por atores.
Levado a público dias depois da manutenção do senador Tasso Jereissati (CE) como presidente interino do partido, o vídeo levanta especulações sobre que tipo de erro está a se admitir agora. Afastado do comando da legenda em 18 de maio, depois de que foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista, delator da Operação Lava Jato, o senador Aécio Neves (PSDB) pode ser um protagonista da tal autocrítica no próximo programa partidário, mas nada foi adiantado pelos tucanos.
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Segundo o jornalista Lauro Jardim, colunista do jornal O Globo e responsável pela reportagem sobre a delação de Joesley, o partido vai defender o parlamentarismo no programa do próximo dia 17, com uma medida adicional. “Prudentemente, vai esconder a cara dos seus líderes. Aécio Neves, então, nem pensar. No programa, narrado por um locutor profissional, o PSDB fará a defesa do parlamentarismo como forma de sair da crise”, diz Lauro, em informação veiculada nesta segunda-feira (7).
Defensor da aliança com o presidente Michel Temer, Aécio tem perdido força na legenda, mas mantém influência em setores do partido. A ele é atribuído o feito dos 22 votos do PSDB obtidos contra a denúncia por corrupção passiva enfrentada por Temer na Câmara, quando 21 tucanos votaram a favor. Estimava-se um número mais elevado de votos contra o governo nessa votação. Outra especulação sobre o erro do partido é justamente a aliança com Temer, como Aécio alvejado pelas revelações de Joesley Batista e outros executivos do Grupo JBS.Ao receber amparo para se manter na presidência do partido, o senador Tasso Jerreissati, defensor do desembarque do governo, fortalece a tese de que o erro em questão é o fim da aliança com Temer. Com quatro ministérios na gestão peemedebista, o PSDB é apontado como infiel da base aliada – uma vez que não fechou questão pelo voto a favor de Temer na Câmara– e, por isso, sofre pressão de outros partidos para entregar as pastas. Líderes da base, principalmente de partidos do chamado “Centrão”, também reivindicam do próprio Temer uma redistribuição de cargos e postos de comando entre os aliados que toparam defendê-lo na polêmica e conturbada votação da denúncia.
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