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Neste vídeo de pouco mais de cinco minutos, Ana Julia volta a falar sobre o que grupos de educadores e estudantes classificam como ameaça de corte de gastos para o setor de educação, como efeito do congelamento de gastos públicos por 20 anos previsto na PEC 241. Sorrindo, Ana Julia saúda os participante do debate e, já no início de sua fala, diz que não entende a repercussão de seu posicionamento sobre as ocupações Brasil afora (“Nós não estamos lá de brincadeira!”, disse aos deputados):
“Eu não entendi por que tamanha repercussão [de sua fala na Assembleia Legislativa do Paraná], já que ela trata de algo tão básico, ou pelo menos deveria ser. Já peço desculpas se, por acaso, eu vos decepcionar hoje, mas eu peço que lembrem que eu sou estudante de escola pública”, declarou a estudante, partindo para a crítica à PEC 241 em seguida. “Esperamos que ela não se concretize em lei”, disse.
“Nós acreditamos no futuro do Brasil. E, infelizmente, nós temos sofrido repressão de movimentos contrários. Infelizmente, a repressão está sendo violenta. Repressão essa que, na calada da noite, passa nas escolas, que na calada da noite passa o som alto do Hino Nacional, como se nós não respeitássemos o Hino”, denunciou.
Veja a participação da estudante no Senado:
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No vídeo que viralizou nas redes, Ana Julia defende a legitimidade da manifestação dos estudantes contrários à medida provisória que promove uma reforma no ensino médio, à própria PEC 241 e ao projeto de lei conhecido como “Escola sem Partido”. “É uma afronta, uma escola sem partido é uma escola sem senso crítico. É uma escola racista, é uma escola homofóbica”, argumentou a secundarista. “Uma escola sem partido nos insulta, nos humilha. Nos fala que não temos capacidade de pensar por si próprio. Só que a gente tem e a gente não vai abaixar a cabeça para isso”, reclama.
A jovem rebate, por fim, acusações de que os estudantes têm sido “doutrinados” neste processo de ocupação de instituições de ensino em diversas regiões do país: “É um insulto a nós que estamos lá nos dedicando, procurando motivação todo dia, sermos chamados de doutrinados. É um insulto aos estudantes, é um insulto aos professores”, diz a estudante. “Nós não estamos lá de brincadeira, nós sabemos pelo que estamos lutando. A nossa bandeira é a educação, a nossa única bandeira é a educação. Nós somos um movimento apartidário, nós somos um movimento dos estudantes pelos estudantes”, concluiu.
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