No momento em que o debate eleitoral enfatiza a questão dos direitos dos homossexuais, o vereador de Dourados Sérgio Nogueira (PSB) aproveitou o plenário da Câmara Municipal sul-matogrossense para discursar contra aquilo que ele classifica como núcleo familiar “anormal”. E o fez de maneira inusitada: sugeriu que casais formados por pessoas do mesmo sexo sejam enviados para uma ilha “por 50 anos”.
“Basta colocar as pessoas que pensam dessa forma numa ilha, por 50 anos. Daqui a 50 anos não tem mais ninguém. E por quê? Porque família é constituída de pai e mãe, macho e fêmea, homem e mulher, e daí vêm os filhos”, disse Sérgio Nogueira, que é pastor, dirigindo-se a correligionários como o “pastor Eugênio Lins” e demais espectadores presentes na câmara.A fala sobre os homossexuais teve início depois de o vereador fazer críticas “ao preço dos combustíveis”. Presidente da Comissão Permanente de Assistência Social, Sérgio começa sua fala garantindo ser “totalmente” contra a homofobia.
“É crime! Mas não podemos passar a ideia de que o anormal é normal. De que aquilo que aprendi com meu avô, com meu pai, que era errado agora se passa a ser certo [sic], e tem que se tornar regra”, acrescenta o vereador, com críticas à Secretaria de Direitos Humanos do governo Dilma Rousseff e a política que, segundo Sérgio, está em curso contra a família tradicional.
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“Existe um Plano Nacional de Direitos Humanos 3, desse governo que está aí no nosso país. E esse plano, lá no capítulo 5, ele trata da desconstrução, em linhas [sic] garrafais, desconstrução da família pensando na heterossexualidade. Ou seja, para esse governo, a família tem que ser descontruída no seu padrão normal – no padrão que conhecemos, a família tradicional – para dar lugar a outros conceitos de família”, brada o vereador. “Isso vem a rasgar ao meio a nossa Constituição, dizendo que família é qualquer coisa. Família não é qualquer coisa.”
Sérgio é aparteado em seu discurso. A intervenção serviu que não era só a Constituição a estabelecer o padrão “normal” de família, mas também “a carta magna de Deus, a Bíblia”. O Estado é laico, a Câmara Municipal de Dourados uma instituição pública, e o áudio do discurso caiu na rede, que é livre, por meio da rádio 94 FM Dourados.
Escute a íntegra do discurso clicando aqui.
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