Diante de um cenário caótico, com crises constantes na política, a atual legislatura ainda nem acabou e já é apontada como a mais infiel se comparada com os outros dois últimos mandatos na Câmara. Desde que os deputados iniciaram os trabalhos em 2015, um em cada quatro parlamentares mudou de partido. No total, 124 migraram de legenda, sendo que 31 deles mudaram mais de uma vez no mesmo período, conforme aponta reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.
Na dança das cadeiras da atual legislatura, o PMB lidera com 25 deputados desertores. O PROS vem logo em seguida com 16 parlamentares e o PMDB, partido do presidente Michel Temer, aparece em terceiro lugar com a saída de dez políticos. Na última semana, uma disputa por parlamentares entre o PMDB e o DEM acirrou os ânimos entre Temer e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
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Os dois partidos vêm brigando pela filiação de parlamentares e outros políticos. Em troca recente, o senador Fernando Bezerra Coelho (PE) e o seu filho, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, deixaram o PSB para se filiar ao PMDB. Antes, porém, os dois também negociavam filiação ao DEM.
O partido de Maia, no entanto, é apontado como o mais infiel nos últimos dez anos, isso se for levado em consideração o número de parlamentares que trocaram a legenda por outras siglas desde 2007. De lá até aqui, 37 parlamentares abandonaram o partido, conforme revela as jornalistas Elisa Clavery e Marianna Holanda. Com a evasão e a filiação de apenas dez deputados nesse período, o DEM foi o partido que teve a maior perda na Câmara. Com uma bancada de 29 parlamentares atualmente, a legenda negocia a entrada de até 12 deputados.
Conforme os dados levantados da Câmara, quase 400 trocas foram realizadas desde 2007, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que os mandatos pertencem aos partidos e não a deputados e vereadores. Do total de trocas, 160 foram feitas desde o começo de 2015. De acordo com a reportagem, as mudanças devem se intensificar em março, quando está prevista a janela partidária, brecha para a troca sem o risco de perda do mandato. Entre 2007 a 2011, 82 deputados trocaram de legenda. Já entre 2011 a 2014, o número subiu para 153.
Em discussão na Câmara, a reforma política segue cheia de pontos sem consenso entre os parlamentares. No caso dass propostas relativas à troca de siglas, o tema não avançou. “A supressão dos artigos que tratam de fidelidade partidária será, segundo a deputada Shéridan (PSDB-RR), um dos poucos consensos na votação do segundo turno de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) da qual é relatora”, diz trecho da reportagem. A votação está prevista para ocorrer amanhã (terça-feira, 26) na Câmara.
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