Eduardo Militão
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manteve propaganda eleitoral em que a campanha de José Serra (PSDB) usa uma atriz personificando uma “fofoqueira” para fazer críticas à candidata petista, Dilma Rousseff. A mulher faz perguntas a Dilma, “de mulher pra mulher”, sobre as relações dela com a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra.
Sucessora de Dilma no cargo, ela foi demitida do governo por Lula após a publicação de uma série de reportagens que denunciavam a existência de uma rede de tráfico de influência dentro da Presidência da República.
O PT pediu uma decisão liminar para suspender a propaganda, que foi exibida no sábado (9). Solicitou ainda um direito de resposta de um minuto, no mínimo. Mas, no domingo (10), a ministra do TSE Nancy Andrighi negou o pedido. Os petistas alegaram que os últimos 40 segundos do programa de Serra tinham “o claro propósito de difamar” Dilma ao vinculá-la às acusações contra Erenice.
A atriz chama a atenção de Dilma enquanto lê um jornal na sala e cita uma notícia “fresquinha”. “Dilma, cá entre nós, de mulher para mulher, tem coisa que a gente não pode deixar para lá, concorda?”, inicia. A atriz fala da amizade entre Dilma e Erenice. Lembra o fato de Erenice ser o braço direito da hoje candidata do PT à Presidência. E afirma: “De repente, esse rolo todo, Polícia Federal, inquérito, processo, coisa triste, não é mesmo?”.
A atriz ainda afirma que o caso é uma “coisa mal parada”. E questiona a candidata do PT: “Afinal, Dilma, contra pra gente: como é que vai acabar esse caso da Erenice, hein?”
Mas, para a ministra Nancy, a propaganda é apenas fato político noticiado pela imprensa todos os dias. “A ministra ressaltou que, embora de teor contundente, a propaganda não viabiliza a concessão de direito de resposta”, segundo comunicado do TSE.
A propaganda questionada está no vídeo abaixo, a partir de 9min20seg
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