Fábio Góis
Em entrevista concedida há pouco, ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fizeram um balanço do andamento das eleições neste segundo turno, realizada em oito estados brasileiros e mais o Distrito Federal. Segundo o ministro Arnaldo Versiani, 150 ocorrências policiais foram registradas até 13h30 deste domingo (31). Destes casos, 77 acabaram em prisão e 72 foram resolvidos com advertência. O número é similar ao que foi registrado até as 11h do domingo (3) de primeiro turno, quando 103 casos foram verificados (confira).
“Talvez [a diminuição no número de ocorrências] se explique pelo menor número de cabos eleitorais e pessoas envolvidas. Agora é só um voto para presidente e, em oito estados e no Distrito Federal, para governador. Talvez aquela paixão do primeiro turno tenha diminuído um pouquinho”, disse Versiani, acompanhado pelos colegas Henrique Neves e Joelson Dias. O ministro disse que, ao contrário do primeiro turno, esse boletim não apresentou “descritivo” das ocorrências, ou seja, não foi divulgado o motivo de cada ocorrência.
Pará lidera a lista de estados com mais registros policiais com prisão, com 19 ocorrências. Em seguida vêm Bahia, com 11; Goiás, com 9; Minas Gerais, com 8; Ceará, com 7; e Paraíba, com 6 casos de prisão.
Em Aparecida de Goiânia (GO), uma mesária chegou embriagada para trabalhar. Em tom de brincadeira, Versiani disse que as providências foram devidamente tomadas. “Pelo menos ela já foi levada a um juiz eleitoral, e vai ficar 12 horas sob supervisão para ver se o efeito alcoólico passa.”
Já em Goiana, interior de Pernambuco, um cartório eleitoral foi assaltado. Bandidos levaram R$ 13 mil que seriam usados nos gastos com alimentação para mesários. Segundo Versiani, os próprios agentes eleitorais fizeram uma cota e reuniram R$ 10 mil para repor o desfalque.
Em Araguari, Minas Gerais, uma mulher foi presa por querer votar antes da abertura das zonas eleitorais, às 8h. “Não sei porque tanta pressa, mas ela já foi liberada e agora está livre para votar quando quiser”, disse Versiani.
Segundo o ministro Henrique Neves, intempéries têm provocado dificuldades para o registro dos votos. E por razões antagônicas em alguns estados: em Mato Grosso, por exemplo, a chuva provocou dificuldade de acesso às zonas eleitorais, enquanto no Amazonas a seca – e a consequente redução do volume de água dos rios – impossibilitou o transporte fluvial em comunidades afastadas.
“A própria natureza está causando alguns problemas, mas estamos conseguindo remediar”, disse Neves, que lembrou que um terço dos 2,1 milhões de mesários trabalham voluntariamente. “Eles são a verdadeira força da Justiça Eleitoral.”
A coletiva seguia em clima de leveza. Perguntado pelos problemas com certo grau de violência registrado em Minas Gerais, Versiani soltou, arrancando risos dos profissionais de imprensa. “Deve ter sido algum torcedor atleticano descontente com o provável rebaixamento para a segunda divisão”, gracejou Versiani.
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