O presidente Michel Temer decidiu tirar Osmar Serraglio (PMDB-PR) do comando do Ministério da Justiça no começo da tarde deste domingo (28). Em seu lugar, assume Torquato Jardim, titular do Ministério da Transparência. A troca de ministros se dá em um momento em que o governo de Temer passa por uma crise causada pelas delações da JBS. Em meio a especulações de que deveria renunciar e a diversos pedidos de impeachment protocolados desde então, Temer tenta recuperar musculatura e “manter normalidade” no governo.
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O ministério antes comandado por Torquato, da Transparência, foi oferecido a Serraglio. Segundo o blog da jornalista Andréia Sadi, o ministro Moreira Franco teria afirmado que Serraglio não ficaria desamparado e assumiria o ministério que era da Tranparência. Neste caso, ele não reassumiria o cargo de deputado federal. Nessa hipótese, seu suplente, Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), manteria o foro privilegiado.
Rocha Loures é o deputado filmado pela Polícia Federal (PF) saindo apressado de uma pizzaria com uma mala contendo R$ 500 mil. Ele também foi apontado como homem de confiança do presidente Michel Temer. Segundo as delações dos executivos da JBS, Temer teria indicado Rocha Loures como pessoa de confiança com quem Joesley Batista poderia tratar. Durante a semana, Rocha Loures entregou o dinheiro da mala à Policia Federal (PF), com R$ 35 mil a menos. O restante foi depositado nos dias seguintes. Ainda não se sabe se são os mesmos R$ 35 mil ou uma espécie de “ressarcimento”.
Osmar Serraglio havia se licenciado do mandato para assumir a Justiça quando o então ministro Alexandre de Moraes foi indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF). À época, nomeação de Serraglio gerou desconforto entre correligionários. Ele estava à frente do ministério desde 7 de março deste ano.
A data de licença de Serraglio coincide, inclusive, com o encontro entre o empresário Joesley Batista, dono da JBS, com Michel Temer, no Palácio do Jaburu. O encontro em que o empresário confessa crimes a Temer foi gravado e faz parte do acordo de delação da JBS. Desde que a história veio à tona, Temer e seus homens de confiança minimizaram e desqualificaram a gravação.
Torquato Jardim é um nome visto pelo governo como positivo à frente da Justiça. Jurista, ele já foi ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Leia a íntegra da nota do Palácio do Planalto:
“O Presidente da República decidiu, na tarde de hoje, nomear para o Ministério da Justiça e Segurança Pública o Professor Torquato Jardim. Ao anunciar o nome do novo Ministro, o Presidente Michel Temer agradece o empenho e o trabalho realizado pelo Deputado Osmar Serraglio à frente do Ministério, com cuja colaboração tenciona contar a partir de agora em outras atividades em favor do Brasil”.
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