Lobão foi ministro de Minas e Energia de Dilma, votou a favor do afastamento da petista na decisão sobre a admissibilidade do processo, mas resiste à saída definitiva da ex-chefe. Em menor grau de resistência, Maranhão também está em dúvida sobre o impeachment, apesar de ter votado a favor da abertura do processo. João Alberto votou pela permanência da petista no cargo. Na sessão do Senado que admitiu o afastamento temporário de Dilma, em 12 de maio, 55 senadores votaram a favor, apenas um além do número mínimo exigido pela Constituição.
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Acompanhados do ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Geddel Vieira Lima, os senadores Maranhão, Lobão e João Alberto passaram algumas horas em uma sala ao lado do gabinete de Temer e tratavam do assunto com o chefe interino do Executivo entre uma audiência e outra. Quando Temer precisava receber visitas, Geddel se encarregava de continuar a conversa para garantir os votos dos três congressistas, no sentido de convencê-los a avalizar a saída definitiva de Dilma Rousseff da Presidência da República.
Helio José
O senador Hélio José (PMDB-DF) também foi recebido durante a tarde desta quarta-feira (1º) pelo ministro Geddel. As dúvidas do parlamentar assustaram o ministro. “Dei um voto técnico quando fui a favor da admissibilidade do processo, mas os argumentos do relatório da comissão processante sobre as pedaladas fiscais e o crime de responsabilidade são frágeis”, argumentou José.
Os parlamentares que estiveram com Temer e Geddel reconhecem que a votação final do afastamento de Dilma dependerá muito das articulações políticas entre o Planalto e o Senado, e do que a Operação Lava Jato trouxer de informações nos próximos meses. “Teremos quatro meses de grandes emoções”, disse Hélio José ao Congresso em Foco
PublicidadeRomário renuncia
A preocupação do Planalto aumentou no início desta noite, quando o senador Romário (PSB-RJ) renunciou à sua vaga na comissão processante do Senado, colegiado com 20 integrantes que julga a presidente afastada e autorizou o envio do processo ao plenário com o apoio de 15 senadores. Além de Romário, aparecem na lista de possíveis votos contra a saída definitiva de Dilma os senadores Cristovam Buarque (PPS-DF) e Acir Gurgacz (PDT-RO). Os dois votaram pela abertura do processo, mas podem mudar de opinião.
O senador Petecão (PSD-RO), que também admitiu a abertura de processo, também é contabilizado como parlamentar em dúvida sobre o afastamento definitivo de Dilma. Ele tem dito a alguns colegas que, se o ministro Gilberto Kassab, presidente do seu partido, não atender às suas reivindicações de compartilhar a gestão da pasta com as bancadas de deputados e senadores da legenda, não se constrangerá em votar pelo retorno da presidente ao cargo.
Procurada, a assessoria de imprensa do Planalto não se manifestou.
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