Reportagem publicada no site da revista Época informa que o então vice-presidente Michel Temer autorizou, em 2014, o lobista da JBS, Ricardo Saud, a entregar R$ 3 milhões em dinheiro vivo ao agora ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba desde o ano passado. Na ocasião, os dois peemedebistas eram aliados. Segundo a revista, o valor foi descontado dos R$ 15 milhões que Temer receberia da empresa naquela eleição, por solicitação do PT, como parte do pagamento de propina da JBS em troca de favorecimentos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
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De acordo com a reportagem, o repasse foi combinado entre Temer e Saud no escritório do vice-presidente em São Paulo. “Após receber a orientação de Temer, Saud consultou Cunha sobre a forma de pagamento dos R$ 3 milhões. O deputado pediu à JBS que pagasse em dinheiro vivo. Para não haver equívocos, Saud procurou Temer pessoalmente. Queria o aval do vice-presidente. ‘Pode fazer’, disse Temer, segundo o relato de Saud. O pagamento foi registrado em uma das planilhas de propina da JBS, controlada pelo funcionário Demilton. No final da linha aparece a sigla ‘MT’, de Michel Temer.”
A revista publica fac-símile da chamada planilha de propina da JBS com referências a pagamentos a “MT”. Conforme relato da publicação, o então vice-presidente confessou ao lobista da JBS que temia perder a eleição e que não gostava de repassar dinheiro a correligionários, mas o fazia para “fortalecer” o partido.
Em nota, a assessoria de imprensa do presidente usou tom duro para rebater as declarações de Ricardo Saud citadas por Época: “A quadrilha comandada pelo bandido Joesley Batista fabrica em profusão versões e planilhas. O presidente nunca teve ‘crédito’ junto às empresas do meliante da Friboi. Nem autorizou transferências a outros parlamentares. A conversa com o capanga é absolutamente ficção barata. O vazamento dessa nova versão tem o claro interesse de tentar influenciar na votação da Câmara dos Deputados”.
A Câmara se reúne amanhã para decidir se autoriza ou não o Supremo Tribunal Federal (STF) a julgar Temer na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República pelo crime de corrupção passiva. A votação, porém, dependerá da presença de ao menos 342 deputados.
Leia a íntegra da reportagem da revista Época
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