O vice-presidente da República, Michel Temer, tem evitado tomar partido sobre a decisão de seu correligionário, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de dar andamento a um dos pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff, formalmente iniciado ontem (quinta, 3) na Casa. Na primeira declaração pulicado sobre o assunto, Temer, que em agosto causou mal estar ao afirmar que o Brasil precisa de alguém que o reunifique, limitou-se a manifestar otimismo ao jornal Folha de S.Paulo, em declaração à coluna Painel.
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“Espero que ao final deste processo o país saia pacificado”, postulou o também presidente nacional do PMDB, partido que já anunciou candidatura própria à sucessão de Dilma em 2018, como o Congresso em Foco adiantou em junho.
Instado por ministros a sair em defesa de Dilma, Temer é considerado figura-chave no jogo político ensejado com a abertura do processo de impeachment, decisão tomada por Cunha horas depois de saber que os três membros do PT no Conselho de Ética Câmara, onde seu mandato está em jogo, votarão pela procedência da representação do Psol e da Rede por quebra de decoro parlamentar. Segundo o jornal paulista, por sua posição central na atual conjuntura do governo, Temer “enfrenta ataque especulativo da cozinha do Planalto para que manifeste apoio à petista”, mas tem preferido se afastar da polêmica.
Ainda segundo a coluna, Temer conversou rapidamente com Dilma e lhe sugeriu que agisse institucionalmente – na última quarta-feira (2), ao saber da decisão de Cunha, a presidente deu tons pessoais ao discurso em que atacou o deputado peemedebista ao dizer que não tem contas secretas no exterior ou responde a processo judicial, como é o caso do desafeto, alvo da Operação Lava Jato. O vice-presidente também conversou na manhã de ontem (quinta, 3) com o próprio Cunha e com o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), informa o jornal.
“Peemedebistas brincam que, se Temer oferecesse a Dilma um exemplar de seu Elementos de Direito Constitucional, a dedicatória seria: ‘Boa sorte’”, diz a coluna assinada pela jornalista Natuza Nery.
Leia mais na coluna Painel, da Folha
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