A ÍNTEGRA DA QUEIXA-CRIME DE TEMER
Temer, na queixa-crime, reclama que Joesley o acusou, em entrevista à revista Época do último sábado (17), de ser “chefe de uma organização criminosa que pratica atos de corrupção e que tem agido para obstruir o regular trabalho do Poder Judiciário”. Além disso, entre diversos outros trechos da entrevista, Joesley diz que desde 2010 Temer solicitou dinheiro para campanhas e que o presidente não tinha “muita cerimônia para tratar desse assunto”.
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Também entrou na reclamação ao Judiciário, a acusação de Joesley de que haveria um trato para que ele pagasse mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha e ao doleiro Lúcio Funaro como compra do silêncio de ambos, que hoje estão presos em Curitiba em decorrência da Operação Lava Jato. O empresário diz que o ex-ministro Geddel Vieira Lima era o interlocutor dessas negociações.
Publicidade“É importante registrar que o querelante (Temer) é homem honrado, com vida pública irretocável, respeitado no meio político e jurídico”, diz trecho do documento, que também ressalta os cargos públicos pelos quais Temer já passou. Além disso, o pedido chama de “generoso” o acordo de delação premiada firmado entre o empresário e o Ministério Público Federal (MPF).
“O real objetivo do querelado (Joesley) em mentir e acusar o querelante (Temer), atual presidente da República: obter o perdão dos inúmeros crimes que cometeu, por meio de um generoso acordo de delação premiada que o mantenha livre de qualquer acusação, vivendo fora do país com um substancial e suspeito) patrimônio”, reclama.
A ação não estabelece valor de indenização. No entanto, isso poderá ser feito em um segundo momento. Provável alvo de denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nos próximos dias, Temer nega as acusações e tenta desqualificar também o próprio material entregue aos investigadores, como a gravação de Joesley com Temer no Palácio do Jaburu. A Polícia Federal finaliza nesta segunda-feira a perícia no áudio gravado.
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