Sócios do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB), em um restaurante na Bahia têm ou tiveram relações com a empreiteira responsável pela obra em Salvador que culminou na saída do ministro da Cultura, Marcelo Calero. As informações são da Folha de S.Paulo.
Calero contou à imprensa que entregou o cargo para se livrar das pressões feitas por Geddel sobre ele e o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para a liberação de um prédio residencial de 100 metros de altura no qual o ministro tem um imóvel. O articulador político do governo admite ter conversa sobre o assunto com o ex-colega e ter comprado uma unidade, mas alega que sua preocupação não era com o seu negócio, mas com a geração de empregos.
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Para a Folha, Geddel assumiu ser amigo de Luiz Fernando Machado Costa Filho, dono da empreiteira Cosbat, responsável pela construção do edifício La Vue, que está sendo erguido na região da Barra, próximo a pontos tombados pelo patrimônio histórico.
PublicidadeDe acordo com a reportagem, Jayme Vieira Lima Filho, primo e sócio de Geddel no restaurante Al Mare, tem um escritório que defende a Cosbat na Justiça. Pedro Luz, outro primo do ministro, também atua na causa, de 2011. Jayme disse ao jornal paulista desconhecer a ação e que seu nome pode ter sido incluído apenas por formalidade.
Outro sócio de Christiano Pinto Polillo, ex-executivo da OAS, também foi sócio de um empreendimento com o dono da Cosbat. Polillo nega ter participado da sociedade. A reportagem não conseguiu localizar Costa Filho. Conforme a reportagem, a Cosbat é sócia da OAS em outro empreendimento que causou polêmica em Salvador, o Residencial Costa España.
Segundo o Globo, interceptações de mensagens no âmbito da Lava Jato que mostram atuação de Geddel junto à Prefeitura de Salvador em favor do projeto. “Não esqueça daquela oportunidade para concluirmos aquela conversa sobre o Costa Espanha. Estou precisando definir aquele tema”, disse Geddel em mensagem a Léo Pinheiro, sócio da OAS, condenado a 16 anos de prisão por corrupção na Operação Lava Jato.
Pinheiro faz referência ao ministro a outro interlocutor: “Nosso amigo GVL (Geddel) pede para vc ligar para Luis. Teve com o baixinho (ACM Neto) e está liberado o Costa Espanha”.
O Congresso em Foco tentou falar com Geddel, mas não conseguiu. Os donos do empreendimento não foram localizados pela reportagem.
Leia a reportagem da Folha de S.Paulo
Leia a íntegra da entrevista de Calero à Folha de S.Paulo
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