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O líder do PSC na Câmara, André Moura (SE), e o 1º vice-presidente nacional da sigla, Everaldo Pereira, garantiram a Henrique Alves que irão reunir a bancada para chegar a uma “solução”. A promessa foi fruto de uma conversa entre os dois e o peemedebista no início da noite. O presidente da Casa convocou a reunião com Feliciano para pressioná-lo a renunciar, mas o deputado não compareceu. Em seu lugar, Moura e Pereira conversaram com Henrique, que exigiu uma “solução respeitosa”.
“Consegui deles a sensibilidade e a solidariedade de respeitosamente, nos próximos dias reunir os membros do partido e a bancada para encontrar uma solução que seja respeitosa para todos. […] Aguardo portanto uma solução respeitosa que venha dar condições da comissão voltar a se reunir”, afirmou o presidente da Câmara ao fim do encontro. Questionado se a solução respeitosa seria a renúncia de Feliciano, o peemedebista se limitou a explicar que o termo significava “respeitar o tempo, respeitar a condução, o entendimento e o convencimento” e pediu maturidade e responsabilidade sobre o caso.
Feliciano passou a tarde sentado no plenário da Câmara, que realizava sessão deliberativa. Ele participou das votações e conversou com diversos parlamentares. Segundo a sua assessoria, a pressão pela sua renúncia vem da sociedade, mas vários deputados têm apoiado a sua permanência no cargo. O pastor deixou a Casa sem falar com a imprensa.
De acordo com o líder do PSC, a conversa com Feliciano não tem data para ocorrer. Ele conversou com o deputado duas vezes na tarde de hoje. Feliciano, que não concede entrevistas, mandou recado pela assessoria de imprensa de que não vai renunciar. Pretende fazer um comunicado, que não sabe quando será distribuído. Apesar de dizer que as polêmicas envolvendo o deputado paulista não atingem o partido, “as posições sempre foram dele” -, Moura tem agido com a bênção da Executiva nacional da sigla para resolver a situação de uma forma menos traumática.
Henrique Alves tem atuado desde a indicação de Feliciano pela bancada do PSC. Antes da eleição, em 7 de março, o peemedebista conversou pelo menos duas vezes com Moura. Ponderou que a escolha do deputado paulista poderia prejudicar a imagem da Câmara. Depois da confirmação, conduziu reunião de líderes onde, mais uma vez, pediu ponderação ao partido. Outros líderes, como Beto Albuquerque (PSB-RS) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) também se manifestaram contra a indicação.
PublicidadeNesta semana, o presidente da Câmara passou a garantir a deputados que Feliciano iria renunciar ao cargo. Chegou a conversar com a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário. A ela, também disse que o deputado deixaria o cargo. Hoje, durante todo o dia, o peemedebista prometeu uma “solução ao caso”, o que não aconteceu até o momento.
Protestos
Desde fevereiro, quando o PSC escolheu a CDH, Feliciano se tornou alvo de protestos nas redes sociais e na Câmara. Veio à tona a ação penal que enfrenta no Supremo Tribunal Federal (STF) por estelionato. Também surgiram vídeos com trechos de cultos na sua igreja. Em um deles, ele pede a senha do cartão de um fiel. Veio à tona também a contratação pelo seu gabinete de pastores da sua congregação.
Mais cedo, Henrique Alves conversou com Moura e com Everaldo Pereira pela primeira vez no cafezinho do plenário da Câmara. O peemedebista fez um novo apelo ao líder do PSC para que convencesse Feliciano a renunciar ao cargo. Pelo regimento, esta é a única opção possível para o deputado paulista sair da presidência da CDH. “Foi um apelo que a gente converse com o pastor Marco Feliciano e que ele deixe a presidência da comissão”, disse o líder do PSC. De acordo com ele, não existe prazo para isso acontecer.
Moura ressaltou que Feliciano “está ciente” de toda a preocupação interna e externa com sua condução na comissão. Sua eleição acabou envolvida em dúvidas regimentais que acabaram no Supremo Tribunal Federal (STF). Deputados ligados a direitos humanos contestam a legalidade da vitória. As duas primeiras sessões foram confusas, repletas de manifestações e bate-bocas. Hoje, audiência pública em conjunto com a Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) foi encerrada logo após iniciar. O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) discutiu com manifestantes e Feliciano saiu cercado por seguranças.
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