No retorno ao cargo, após 21 dias de licença médica para fazer uma cirurgia, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, procurou minimizar a importância das denúncias feitas contra ele no âmbito da Operação Lava Jato. Disse que a citação do seu nome por delatores não é motivo para deixar o cargo. “Em time que está ganhando não se mexe”, justificou.
Questionado por jornalistas no Palácio do Planalto, não quis dar esclarecimentos sobre a acusação de ter recebido R$ 4 milhões da Odebrecht no sistema de caixa 2, feita por executivo da empreiteira em delação premiada. “Só citação de delator não é motivo para nada. Não vou falar sobre o que não existe. Qualquer fala agora vai ser prejudicial à investigação e a mim. Então, fico quietinho”, argumentou.
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Padilha reuniu-se com o presidente Michel Temer assim que chegou ao Palácio do Planalto. As maiores preocupações do presidente no momento são a reforma da Previdência, que começa a provocar dissidências no Congresso, e a divulgação da lista de investigados pelo procurador Rodrigo Janot na Lava Jato. O temor do Planalto é que mais integrantes do governo estejam incluídos na relação.
Sobre o comportamento do presidente no caso de novos ministros serem denunciados, Padilha comentou: “O presidente Michel Temer já firmou a linha de posicionamento do governo”. Quem for denunciado pelo Ministério Público, será afastado provisoriamente do governo para preparar a sua defesa. Quem tiver a denúncia aceita pelo Supremo Tribunal Federal e virar réu deixará o cargo definitivamente.
Entre o início das investigações e a apresentação da denúncia, porém, podem transcorrer vários meses, como mostra a experiência. Esse seria o prazo suficiente para o governo aprovar pelo menos a reforma da Previdência. Em entrevista ao Congresso em Foco, Padilha afirmou ter confiança de que a reforma será aprovada ainda no primeiro semestre, nas duas casas.
Pela recomendação dos médicos, o ministro ficaria em repouso até o dia 19 deste mês, após a cirurgia para a retirada da próstata. “Eu tinha de ficar de repouso até a semana que vem, mas o psicológico disse que eu tinha de voltar”, afirmou. Ele explicou o motivo da volta antecipada: justamente a reforma da Previdência, que enfrenta obstáculos até mesmo entre os aliados no Congresso. “Eu e minha equipe é que temos e memória da Previdência”, explicou.
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