Em meio a uma crise política que envolve o Congresso e o Palácio do Planalto, o governo quer aprovar o mais rápido possível uma nova proposta de meta fiscal com um déficit de R$ 170,5 bilhões. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou hoje (23) que a sessão de votação da meta foi antecipada das 16h para as 11h de amanhã (24). O objetivo é ganhar tempo e garantir a aprovação da matéria. “Há uma exigência nacional em relação à apreciação dessa matéria”, disse Renan, “é muito importante para que o novo governo caminhe na legalidade, ele não pode repetir nesse aspecto o governo anterior”, acrescentou.
A expectativa da equipe econômica do governo Temer era que o projeto fosse aprovado ainda hoje pela Comissão Mista do Orçamento, mas a reunião foi encerrada por falta de quórum. Um novo encontro foi marcado para amanhã às 10h.
O presidente interino veio pessoalmente entregar o projeto de revisão da meta fiscal, acompanhado pelos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles; Casa Civil, Eliseu Padilha; Planejamento, Romero Jucá; e o secretário de governo, Geddel Vieira Lima. O presidente e sua equipe foram recebidos aos gritos de “golpistas” por parte de parlamentares e servidores contrários ao impeachment de Dilma Rousseff.
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Após a reunião com Renan, Jucá falou aos jornalistas e informou que irá se licenciar do ministério até que o Ministério Público Federal se manifeste a respeito das gravações em que ele defende a troca do governo e a construção de um “pacto” para “estancar a sangria” da Operação Lava Jato. O peemedebista voltará ao Senado, onde vai “ajudar a aprovar” a meta fiscal. “Aprovar a meta é o primeiro movimento da nova equipe econômica que tem o objetivo de dar realidade às contas públicas”, disse o peemedebista.
“O que está se discutindo é uma meta que foi analisada pelo Ministério da Fazenda e pelo Ministério do Planejamento para dar condição do governo funcionar. É uma meta matemática discutida com diversos setores do governo para dar um panorama realista da economia. Não tem maquiagem e esta é a primeira diferença do atual governo Michel Temer para o governo que saiu”, afirmou Jucá.
Na última sexta-feira (20), a equipe econômica do governo apresentou uma projeção de déficit de R$ 170,5 bilhões nas contas públicas. Na ocasião, os ministros afirmaram que rombo histórico foi causado pela frustração na arrecadação de impostos prevista pela antiga equipe econômica e pelo aumento das despesas do setor público.
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