Rudolfo Lago
No terceiro bloco do debate da Folha/Rede TV!, jornalistas dão aos candidatos à Presidência no segundo turno a oportunidade de se defenderem de acusações. As perguntas foram feitas a Dilma Rousseff, do PT, e a José Serra, do PSDB, sem que o adversário pudesse fazer comentários sobre as respostas.
A jornalista Renata Lo Prete perguntou a Serra sobre as acusações contra Paulo Souza, cujo apelido é Paulo Preto. A acusação feita é de que ele estaria envolvido em desvio de recursos da campanha de Serra. Num primeiro momento, Serra disse não conhecer Paulo Preto. Depois, pressionado por ele, admitiu que o conhecia. Renata Lo Prete perguntou se isso não equivalia às acusações que o PSDB sempre faz de que o PT ignora as denúncias sobre o mensalão e de que Dilma diz desconhecer denúncias contra sua ex-auxiliar na Casa Civil, Erenice Guerra.
“O PT fez como alguém que bate uma carteira e sai gritando pega, ladrão!”, respondeu Serra. O candidato do PSDB diz que o que negou inicialmente era que conhecia o caso de desvio de dinheiro para a campanha. “Um caso no qual era vítima”, completa. E depois disse que conhecia Paulo Souza, não seu apelido Paulo Preto. “Paulo Preto é um apelido que se dá de modo racista, porque ele é afrodescendente”, afirmou. “Não tem nada a ver com negar mensalão, roubo na Casa Civil”.
Para Dilma, a jornalista Patrícia Zorzan perguntou como ela poderia nomear um ministério inteiro quando errou ao nomear uma única auxiliar, Erenice Guerra. “As pessoas erram, e a Erenice errou. Agora, nós investigamos. A Erenice saiu do governo. A Polícia Federal abriu um inquérito e 16 pessoas já deram seu depoimento. Nós temos uma diferença com relação ao candidato Serra: nós investigamos”, respondeu Dilma.
Dilma afirmou ainda que Paulo Souza estaria sendo investigado na Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal, que apura desvio de recursos na obra do Rodoanel, em São Paulo.
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