O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) defendeu nesta sexta-feira (12) um fortalecimento da oposição para enfrentar a campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014. Ele criticou o legado econômico do governo petista, que deixa “a pior herança” e um “Brasil no chão”.
Serra afirmou que tende a achar que uma boa estratégia para que a oposição vença as eleições é o lançamento de mais de uma candidatura, mas firmou não ser candidato em 2014. “A nossa responsabilidade é muito grande. A responsabilidade de estarmos juntos aqui, porque juntos precisamos encontrar uma alternativa. Não sei se unindo tudo em torno de uma candidatura ou se tendo várias. Tendo até a achar que a segunda hipótese é a mais plausível, é a melhor”, afirmou Serra.
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Serra travou uma batalha contra o senador Aécio Neves (PSDB) para tornar-se candidato nas últimas eleições. Mas agora em 2014 o candidato dos tucanos em 2014 deve ser Aécio, que não deverá ter nenhum empenho do ex-governador para elegê-lo. Serra participou de uma conferência nacional do PPS na tarde de hoje na Câmara dos Deputados. Alguns políticos apostam que o ex-governador de São Paulo vai deixar o PSDB para sair presidenciável pelo PPS.
Legado petista
Para ele, as condições atuais para a disputa presidencial são melhores do que em 2010. Na época, ressaltou Serra, a economia estava em crescimento e Lula tinha grande aprovação. “Com tudo contra, tivemos 44% dos votos”, ressaltou. Mesmo defendendo mais de uma candidatura, Serra pediu união da oposição. “É difícil, mas não é impossível [vencer as eleições”, disse.
Serra criticou a política econômica do governo Dilma e afirmou que o país fica com uma “herança próxima do padrão deixado pela ditadura [para Tancredo Neves], pelo padrão deixado pelo Collor para o Itamar”. “Claro que não estou falando dos mesmos níveis de inflação, mas do quadro completamente desarrumado que o governo deixará. Nós vamos encontrar um país no chão. Imagine ainda se tem reeleição. Se tiver, vai ser ainda abaixo do nível do chão.”
PublicidadeO ex-governador chegou a dizer que o PT “capturou” o Estado. “O estado brasileiro foi capturado por um grupo, apropriado por uma força política. Essa força, o PT não hesita e não hesitará em enfraquecer a democracia brasileira para se fortalecer. É um grupo que capturou o poder no Brasil.”
Aécio
Aécio tenta unir o PSDB em torno do seu nome, mas ainda encontra resistências da ala que defende Serra, apesar de o ex-governador paulista ter sido derrotado duas vezes em disputas presidenciais passadas, inclusive contra Dilma Rousseff em 2010.
Ao sair da conferência do PPS, Serra afirmou que não carrega consigo problemas do passado em relação a Aécio. “Para mim está tudo zerado”, disse. Durante sua fala na conferência, Serra afirmou não ser passional nas decisões políticas. “Eu sou passional, mas não levo paixão para as grandes decisões políticas. Sou racional demais pra isso, é perda de tempo. Não posso deixar paixões do passado influírem nas decisões para o futuro”, disse. O tucano não quis explicar se o recado era direto para o senador Aécio Neves.
Quando questionado se o nome do colega de partido era um bom nome para a Presidência, Serra apenas repetiu: “É um bom nome”. O senador tucano também participou ontem do evento do PPS. Em seu discurso, Aécio confirmou que é candidato à presidência do PSDB e falou em união do partido.
Isolado no PSDB e cortejado para compor o PPS, Serra negou que esse tema tenha sido tratado na tarde de hoje. Ele disse apenas que foi participar da conferência e espera ajudar o partido a integrar a oposição, mas não deu indicações se irá migrar. Segundo o deputado Rubens Bueno (PPS-PR), a sigla não “coopta” ninguém. “É claro que qualquer partido quer ter o Serra em seus quadros. Estamos falando de um dos melhores gestores do país. Mas é ele quem tem que decidir. Nem conversamos sobre isso hoje”, disse.
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