O silêncio do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, em relação ao pedido de informações feito na semana passada sobre a Operação Monte Carlo está irritando os parlamentares. Pela manhã, três líderes partidários do Senado protocolaram no Ministério Público Federal um novo pedido de esclarecimentos ao procurador, questionando a demora nas investigações sobre a relação do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com congressistas. Caso não sejam atendidos de novo, os senadores cogitam entrar com uma representação contra Gurgel no Conselho Nacional do Ministério Público.
Os parlamentares querem saber por que o procurador-geral não deu andamento nem arquivou as primeiras investigações que apontaram, ainda em 2009, o relacionamento entre o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o bicheiro goiano. Demóstenes é integrante do Ministério Público de Goiás e foi procurador-geral de Justiça do estado.
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Em 19 de março, os parlamentares já haviam feito outro pedido que ainda não foi respondido. Para o líder do PT no Senado, Gurgel está agindo com descaso. “O maior descaso dele é não responder a uma representação que fizemos há oito dias e ele tem de cumprir o seu papel, que é fazer o processo andar”, disse. A representação foi assinada também pelos líderes do PDT, Acir Gurgacz (RO) e do PSB, senadora Lídice da Mata (BA).
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No documento, os parlamentares solicitam que Gurgel preste os “devidos esclarecimentos sobre os expedientes já adotados, as providências em curso e os próximos procedimentos, em face dos fatos que precisam ser cabalmente elucidados”.
Segundo o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), a falta de informações claras sobre as investigações causa dúvidas que geram um “incômodo” para o partido. No entanto, o senador afirma que a possível expulsão do senador goiano só entrará em pauta depois que o material da PGR for divulgado. “Temos de ver a gravidade e a atualidade das denúncias. O DEM é um partido que zela pela ética”, disse.
Corregedoria
O corregedor do Senado, Vital do Rêgo (PMDB-PB), também apresentou ontem um ofício com pedido de informações à Procuradoria-Geral da República. Ele afirmou que a Corregedoria do Senado tem um limite de competência e, por isso, só poderá analisar o caso após receber esclarecimentos da PGR.
O peemedebista afirmou ainda que a possibilidade de abertura de processo contra Demóstenes no Conselho de Ética do Senado depende da documentação que será apresentada. “Pedi à Procuradoria elementos que possam firmar o juízo sobre o caso. A Corregedoria faz parte do Conselho de Ética do Senado e tem suas atividades regradas”, afirmou.
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