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O cancelamento foi apontado por aliados de Cunha como uma manobra de seus adversários para atrasar a análise do parecer. Só 16 parlamentares registraram presença – número bem inferior aos 34 exigidos para a abertura da sessão.
Aliado de Cunha, Lira propõe que o plenário analise um projeto de resolução, e não o parecer do Conselho de Ética. Nesse caso, os deputados poderiam alterar, em plenário, o conteúdo do relatório final por meio de emendas, o que não é possível fazer atualmente, reduzindo inclusive a punição prevista. Agora, se o Conselho recomendar uma pena mais branda, como a suspensão do mandato, o Plenário não poderá apresentar emendas que prejudiquem o peemedebista.
O relator no Conselho de Ética, Marcos Rogério (DEM-RO), propôs a cassação de Eduardo Cunha. A estratégia dos adversários do presidente afastado da Câmara é continuar postergando a análise do parecer de Arthur Lira. Caso haja quórum para a próxima reunião, eles pedirão vista do parecer, o que adiará a votação em mais duas sessões. A estratégia é derrubar o parecer de Lira e aprovar o voto em separado apresentados pela bancada do Psol.
O voto em separado foi protocolado pelos deputados Chico Alencar (Psol-RJ) e Ivan Valente (Psol-SP). Ambos recomendam que o plenário só vote o projeto de resolução com o resultado final do Conselho de Ética se a pena aprovada pelo colegiado for a suspensão ou cassação do mandato.
Troca
Uma manobra em curso por aliados do presidente afastado da Câmara na CCJ é a troca de membros da comissão por aliados fiéis. Ontem (8), dois deputados do PR foram substituídos para garantir votos que permitam a aprovação da alteração regimental. O líder do PR tirou os deputados Jorginho Mello (SC) e Paulo Feijó (RJ).
Os dois foram trocados, respectivamente, por Laerte Bessa (PR-DF) e Wellington Roberto (PR-PB), conhecidos defensores de Cunha. Eles já declararam apoio à mudança no regimento que favorece o presidente afastado. Bessa e Wellington Roberto estão entre os principais defensores de Cunha no Conselho de Ética.
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