O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), não participa de nenhum compromisso oficial desde 2 de março, quando compareceu à solenidade de assinatura do termo de ajustamento de conduta entre a União, os estados de Minas Gerais e Espírito Santo e a Samarco Mineradora, por conta da tragédia de Mariana (MG). De lá para cá, passaram-se 28 dias em que o autodenominado “vice decorativo” atuou fortemente nos bastidores para o desembarque do PMDB do governo Dilma.
Nesse período, relata o jornal O Globo, Temer se dividiu entre sua casa e seu escritório, em São Paulo, e o Palácio do Jaburu, residência oficial em Brasília. Relutou até o último domingo a receber o ex-presidente Lula, que o procurou diversas vezes este mês para tentar demovê-lo da ideia do rompimento, e se reuniu com lideranças da oposição, como o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), e o senador José Serra (PSDB-SP), e parlamentares da ala dissidente do PMDB.
O vice-presidente também planejou a convenção do PMDB, que renovou seu mandato na presidência do partido no último dia 12, e articulou a reunião do Diretório Nacional da legenda que resultou no anúncio do rompimento dos peemedebistas com Dilma.
De acordo com a repórter Simone Iglesias, Lula só conseguiu uma breve audiência com Temer no domingo, na Base Aérea de São Paulo, de onde o vice-presidente viajaria para Brasília com o objetivo de finalizar os preparativos para a reunião do diretório, à qual não compareceu, mas teve seu nome saudado pelos colegas. “Temer presidente” e “Fora, PT” foram os principais gritos entoados quando o partido anunciou que entregaria os cargos. Na conversa com Lula, Temer reclamou da falta de diálogo com Dilma, disse que o rompimento era irreversível e que o partido apoiaria o impeachment da presidente.
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