Os professores da rede pública de ensino do Distrito Federal decidiram, em assembleia realizada nesta quinta-feira (6), manter a paralisação que já dura 23 dias. A manutenção da greve foi uma resposta ao governo local que, de acordo com o Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), “insiste em descumprir leis relativas ao Magistério Público do DF – prejudicando os educadores, a própria educação pública e a sociedade brasiliense”. Durante assembleia, educadores lotaram a Praça do Buriti.
A decisão da categoria foi decretada depois de a terceira reunião entre a comissão de negociação do Sinpro e a equipe do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) ter sido considerada insatisfatória. “O governo apresentou o mais do mesmo”, diz o sindicato sobre o último encontro com o GDF, realizado na quarta-feira (5).
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“O mesmo discurso de carestia de 1º de janeiro de 2015. Como resposta às reivindicações, o GDF informou dispor de R$ 100 milhões para pagamento da pecúnia dos servidores/as aposentados/as de todas as categorias em 2016 e que fazem jus a ela. A proposta, além de insuficiente, é irreal. Somente para o Magistério, o GDF deve em pecúnia cerca de R$ 72 milhões. Para o conjunto dos servidores, esse valor salta para R$ 210 milhões”, destacou o Sinpro.
Esta semana o GDF divulgou nota sobre o encontro com a comissão de negociação em que reafirma o corte dos valores sobre os dias não trabalhados. O Executivo destacou ainda que os R$ 100 milhões destinados ao pagamento das pecúnias se refere “a todos os servidores e não apenas aos professores, que representam cerca de um terço do total de beneficiados”. Entretanto, o montante só atenderia a uma das reivindicações dos educadores.
Para um dos diretores do Sinpro, Júlio Barros, a maior dificuldade do sindicato em negociar o fim da paralisação é a “intransigência e a insensibilidade do governador Rodrigo Rollemberg”. Júlio criticou a proposta feita por Rollemberg: “Ele é ilegal, não cumpre leis como a do Plano Distrital de Educação, do plano de carreira e a do Servidor Público Local”, disse ao Congresso em Foco. “Quer tratar categorias diferentes, como se todas fossem iguais. Como pode querer nivelar os profissionais do magistério com outras 29 carreiras? Eles [servidores do magistério] estão salarialmente em último lugar?”, questionou o diretor.
Na pauta de exigências, os participantes do ato também pedem a efetivação do plano de carreira, o pagamento de uma parcela do reajuste salarial acordado pelo governo anterior, de Agnelo Queiroz (PT), melhores condições de trabalho e aumento de 18% nos vencimentos. O GDF já rejeitou as propostas de quitar a dívida do governo anterior e de reajustar os vencimentos.
Greve ilegal
No último dia 27, a Justiça do DF decretou a ilegalidade da greve. Na decisão, o Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) determinou, além do fim da paralisação, o pagamento de multa de R$ 100 mil por dia sem aula. O Sinpro recorre da decisão.
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