Fábio Góis

Centenas de pessoas estão sob o ritmo do samba no ato do PCdoB em favor da
candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República. A ex-ministra da Casa
Civil e o presidente Lula chegarão ao evento nos próximos minutos. Enquanto
isso, artistas e medalhões do partido confraternizam em uma área reservada,
separados da imprensa e dos demais militantes.

Antes de entrar no auditório, o delegado da PF Protógenes Queiroz (filiado ao
PCdoB desde 2008) disse ao Congresso em Foco que, com o apoio
de partidos estratégicos e a “providencial” participação do presidente Lula na
campanha, Dilma tem boas chances de ser eleita.

“Entendo que ela vai
ganhar força se o presidente percorrer o Brasil com as representações
partidárias, nas bases regionais, com apoio de partidos da base aliada. Se o
presidente sair nessa caravana, fazendo essa mobilização nacional, nós vamos
sair vitoriosos nesse processo”, declarou Protógenes, minimizando as recentes
perdas do PT – entre elas, a senadora Marina Silva (AC), que deixou o partido
depois de 30 anos e é pré-candidata do PV à Presidência da República. “Isso faz
parte de todo um processo político.”

“Eu me filiei ao PCdoB porque o
partido tem um projeto para o Brasil. Esse projeto se passa no plano da
continuidade da gestão do presidente Lula. Agora, essa continuidade se dará com
a ministra Dilma”, acredita Protógenes.

Candidato ao governo do
Maranhão, o deputado Flávio Dino (PCdoB-MA), disse que o clima de
festa simboliza a solidez da união da esquerda histórica brasileira. “Esse é o
principal marco desse ato: a unificação da militância de esquerda no Brasil”,
disse Dino, reverenciado pela regional do partido em faixas com a frase
“Maranhão presente: Flávio Dino governador e Dilma presidente”.

Para o deputado, a parceria Dilma e PCdoB “representa a aliança mais estável
da história da política brasileira”. “Essa é a primeira vez em que dois partidos
ficam tanto tempo juntos. Esse é um ativo que o PC do B valoriza muito”,
observou o deputado, em referência à “sexta eleição consecutiva” que registra a
aliança.

Perguntada sobre a importância de Dilma no evento, a deputada Manuela Dávila
(PCdoB–RS) enalteceu o partido. “É um ato importante para a candidatura da
ministra Dilma”, devolveu Manuela, resumindo a confiança dos
comunistas para as eleições de outubro. “O partido está confiante no
povo brasileiro.”

Enquanto Dilma e Lula não chegam, os presentes ao evento são agraciados
com mais de uma hora de música ao vivo, com direito a banda completa. Em
paródia à música Deixa a vida me
levar, famosa na voz de Zeca Pagodinho, o vocalista do
grupo musical entoava o refrão, providencialmente
modificado: “Deixa a Dilma me levar, Dilma leva eu”…