A ex-funcionária da Presidência também rebateu as insinuações de que mantinha uma relação de intimidade com o ex-presidente. “Minha relação com ele é de amizade, fidelidade, e totalmente profissional. As nossas famílias se conhecem desde que as crianças eram pequenas”, declarou.
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Alvo de processo por falsidade ideológica, tráfico de influência, corrupção passiva e formação de quadrilha, Rosemary está proibida de trabalhar no serviço público pelos próximos cinco anos, conforme decisão da Controladoria-Geral da União (CGU).
Na entrevista, a primeira que concede desde as denúncias, ela reclama de ter tido seu direito de defesa cerceado pelo próprio governo e diz que jamais utilizou sua proximidade com o poder para receber benesses em troca de pedidos atendidos. “Eu era chefe do escritório da Presidência. Nada mais natural do que encaminhar pedidos. Nunca recebi nada por isso”, afirmou.
Insinuações maliciosas
Rosemary chegou a acompanhar Lula em diversas viagens internacionais em que a primeira-dama, Marisa Letícia, não participava. Segundo a revista, ela diz que é vítima de insinuações maliciosas da imprensa e de irregularidades cometidas por ex-companheiros.
A ex-chefe do gabinete da Presidência em São Paulo declarou que as investigações envolveram seu nome porque ela trocou telefonema com um dos suspeitos, o ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Vieira. “Sempre tive a maior consideração por ele. Como se ele fosse meu irmão. Não entendi até agora o que aconteceu”, disse.
Paulo e o seu irmão Rubens Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), são apontados como principais integrantes do grupo desarticulado pela Operação Porto Seguro, em novembro do ano passado. Ao todo, seis pessoas foram presas e outras 12 indiciadas. Entre elas, o ex-advogado-geral adjunto da União José Weber de Holanda Alves, também alvo da operação.
Improbidade administrativa
De acordo com a decisão da CGU, Rosemary Noronha incorreu em crime de improbidade administrativa ao receber vantagens indevidas, falsificar documentos e praticar tráfico de influência. Na prática, a punição equivale à demissão para servidores ocupantes de cargos em comissão sem vínculo com o serviço público.
A CGU examinou mensagens eletrônicas institucionais e agendas do gabinete regional, além dos autos do inquérito da Operação Porto Seguro. Ao todo, 16 testemunhas, 11 das quais arroladas pela defesa, foram ouvidas no processo administrativo, concluído no início do ano.
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