Mário Coelho
Barrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/10), Joaquim Roriz (PSC) usou o início da sua propaganda eleitoral gratuita na televisão para afirmar que ainda é candidato ao governo do Distrito Federal. Em depoimento gravado antes do julgamento pela corte eleitoral, ele disse que a Constituição Federal garante seu nome na disputa eleitoral. Parte do programa também foi usada para atacar seu principal adversário na disputa pelo Palácio do Buriti, o petista Agnelo Queiroz.
“A decisão do TSE não impede minha candidatura, Sou candidato, a Constituição me garante. Vou recorrer ao Supremo”, afirmou. Na intervenção, ele disse que disputou três eleições e venceu todas. O ex-governador já comandou o DF por quatro oportunidades. Além de ganhar três pleitos, Roriz foi indicado pelo então presidente da República José Sarney para comandar a capital do país entre 1988 e 1990.
“Meus adversários tentaram impedir minha candidatura e minha posse. Com minha experiência e minha dedicação, vou fazer o melhor governo com a ajuda de vocês”, disparou.
A declaração de Roriz faz referência às eleições de 2002, quando o pleito foi contestado pelo PT por conta de denúncias de irregularidades na votação. O partido foi até o TSE para impedir que o ex-governador tomasse posse. No entanto, os ministros da corte, na época, entenderam que não havia motivo para barrar o terceiro mandato eleito de Roriz.
No programa, além da declaração do candidato, também não faltaram petardos contra Agnelo Queiroz. Foi veiculado trecho de uma matéria da revista Época que fala da ligação do petista com a Operação Shaolin. Segundo a publicação, o relatório final da operação compromete o candidato do PT. O ataque a Agnelo foi mostrado também em parte do horário destinado aos candidatos a deputado distrital da coligação que apoia Roriz.
Por seis votos a um, os ministros do TSE decidiram ontem que Roriz não pode se candidatar ao governo por ter renunciado ao mandato de senador, em 2007, para escapar de um processo por quebra de decoro parlamentar. Enquanto não houver decisão final – trânsito em julgado -, ele pode continuar sua campanha normalmente. Porém, ele pode indicar outra pessoa para a sua vaga se quiser abandonar a disputa. Cogita-se, nesse caso, a indicação da ex-governadora Maria de Lourdes Abadia (PSDB). No entanto, seu nome e sua foto permanecem na urna eletrônica.