Durante encontro com representantes de conselhos comunitários e moradores de vários lugares do Distrito Federal, o governador, Rodrigo Rollemberg, engrossou o discurso contra as práticas sindicalistas na capital. Segundo o governador, “nem de longe, sindicatos defendem interesses da sociedade”. Para o Rollemberg, o objetivo dessas organizações é lutar por pautas mínimas que beneficiam apenas as categorias.
De maneira enfática, o governador criticou a conduta dos sindicatos e creditou a eles parte da falência dos partidos de esquerda no Brasil. “Parte desta falência se dá em função dos partidos agasalharem interesses que se opõem aos da sociedade”, avaliou durante o encontro chamado DF em Movimento, que chegou à sua quinta edição na noite desta segunda-feira (5).
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Rollemberg se disse orgulhoso de fazer parte de um governo que tenta mudar esta lógica, ainda que, segundo ele, estejam sozinhos nesta luta. “Não temos apoio da Câmara Legislativa. Vinte sindicalistas vão acompanhar uma votação e acuam os deputados”, afirmou. “Estamos sendo vítimas de uma campanha feroz e desordenada dos sindicatos, mas não vamos desistir”, disse.
Para exemplificar a relação dos sindicatos com a sociedade e o governo, Rollemberg usou o exemplo da saúde. “Todos os servidores da saúde têm uma jornada de 20 horas semanais. É impossível montar uma escala desta forma. Como ampliamos o atendimento?”, questionou o governador lembrando que o Distrito Federal está no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal e não pode executar novas contratações.
A solução para a saúde, ainda que paliativa, segundo o Rollemberg, seria a implementação das Organizações Sociais para gerir algumas unidades de atenção primária. “Este modelo deu certo na Bahia, em Pernambuco e em São Paulo. Por que não podemos tentar aqui?”, indagou. Como exemplo, o governador comparou o Hospital de Base de Brasília com o Hospital Santa Marcelina, em São Paulo, gerido por uma Organização Social. “O hospital de Base custa R$ 55 milhões, enquanto o Santa Marcelina R$ 32 milhões. Sendo que o hospital paulista tem um atendimento muito mais eficaz”, afirmou.
Atualmente o governo vive uma crise com os servidores públicos. Apesar de ter prometido aumento salarial para 32 categorias, o governo não conseguiu honrar com o compromisso e mergulhou em uma crise de relacionamento com os sindicalistas. Há campanhas de várias categorias contra Rollemberg, que é chamado de “caloteiro”. O governador, por sua vez, ressalta que está empenhado em continuar pagando os salários em dia e mantendo o atendimento à população. Reajustes, até o momento, estão descartados.
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No encontro, o governador – cercado de secretários e dirigentes de empresas públicas – ainda ouviu demandas da sociedade. Luciana Velez, da Associação Cultural Menino de Ceilândia, pediu atenção para práticas como frevo e capoeira, que, segundo ela, devem ser tombadas no Distrito Federal. Pediu também mais medidas em favor dos espaços de lazer na região.
Coordenador da entidade Ruas Jovens de Expressão, Max Maciel disse que é preciso investir na juventude como forma de diminuição da criminalidade. Para ele, é imprescindível focar no território. “É preciso apostar na rede de oportunidades, sem se importar com cor de pele, estereótipo, e entender a expectativa dos jovens”.
Segundo Rollemberg, a proposta do governo é fortalecer o programa de segurança pública chamado Viva Brasília – Nosso Pacto pela Vida, e continuar investindo em ações de prevenções cada vez mais efetivas