A série “Jurados de morte: o drama de mais de 2 mil autoexilados no próprio país”, publicada em duas edições da Revista Congresso em Foco, é uma das vencedoras da 36ª edição do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. A reportagem ganhou na categoria revista. Este é o primeiro prêmio da publicação. O site já conquistou duas menções honrosas no próprio Vladimir Herzog (2008 e 2009), um Prêmio Embratel de Jornalismo Investigativo, com a farra das passagens, e um Prêmio Esso de Melhor Contribuição à Imprensa, ambos em 2009.
Leia também
Um amplo e inédito levantamento publicado na oitava edição da revista, que entrou em circulação no final do ano passado, revelou que mais de 2 mil pessoas estavam juradas de morte por testemunhar e denunciar violações de direitos humanos ou, simplesmente, exercer seu dever funcional em todo o Brasil. Segundo a matéria, de Edson Sardinha, pelo menos 2.034 cidadãos brasileiros estavam incluídos, naquele momento, em algum dos três programas de proteção a pessoas ameaçadas de morte, mantidos pelo governo federal em parceria com governos estaduais.
São crianças e adolescentes, vítimas e testemunhas de crimes e defensores de direitos humanos (aí incluídos desde lideranças agrárias, índios, quilombolas e sem-teto até promotores e juízes) que recorreram à proteção do Estado para não morrer. Vivem como exilados dentro do seu próprio país.
Veja a apresentação da matéria no site: Exclusivo: 2 mil brasileiros estão jurados de morte
O assunto foi retomado na 11ª edição da revista, em junho. Defensores de direitos humanos incluídos no programa federal de proteção relataram que foram abandonados à própria sorte. Pescadores da comunidade de Magé (RJ) acusaram o governo de retirá-los de sua comunidade, com a promessa de garantir o seu retorno em segurança, e mantê-los longe de sua luta contra as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, o Comperj, um megaempreendimento da Petrobras (Veja resumo da matéria: Ativistas acusam governo de minar sua luta contra policiais e criminosos).
Os vencedores do prêmio que homenageia o jornalista morto pela ditadura militar nas dependências do Doi-Codi, em São Paulo, foram anunciados em audiência realizada na Câmara Municipal de São Paulo (SP) ontem (30) à noite. A cerimônia da premiação está prevista para o dia 29 de outubro, no Teatro da PUC-SP (Tuca), na capital paulista. O prêmio é organizado em conjunto pelo Instituto Vladimir Herzog, pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), entre outras entidades.
PublicidadeConfira a relação dos vencedores desta edição:
– Artes: “Pátria Armada Brasil”, de Robson Vilalba, jornal Gazeta do Povo. Menção honrosa: “Foi Errado, eu sei”, de Laerte, na Folha de S. Paulo.
– Fotografia: “De herói a Vilão” de Marcelo Carnaval, O Globo.
– Jornal: “Sangue Político”, de Leonêncio Nossa, O Estado de S. Paulo. Menção honrosa: “Mapa da Ditadura em Brasília”, de Ana Pompeu, Correio Brasiliense; e “As confissões do coronel Malhães”, Juliana Dal Piva, O Dia.
– Revista: “Jurados de Morte: o drama de mais de 2 mil autoexilados no próprio país”, de Edson Sardinha, Congresso em Foco. Menção honrosa: “Envenenados”, Tiago Mali, Galileu.
– Rádio: “História de Flor”, de Hebert Araújo, Rádio CBN de João Pessoa/PB. Menção honrosa: “Brasil-Haiti: 10 anos da missão de paz da ONU, de Michelle Trombelli, Rádio BandNews FM/SP.
– Documentário de TV: “Na Lei ou na Marra: 1964, um combate antes do golpe”, de Tatiane Fontes, TV ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais). Menção Honrosa: “Pele Negra”, de Bianca Vasconcellos, TV Brasil/EBC.
– Reportagem de TV: “Caso Amarildo”, Mônica Marques, TV Globo/RJ. Menção Honrosa: “Tortura na Fundação Casa”, Valmir Salaro, “Fantástico” (Globo).
– Internet: “Dias de tolerância”, Rosanne D´agostino, Portal G1. Menção honrosa: “Imigrantes em São Paulo”, Fabiana Maranhão, UOL.
– Prêmio Hors Concours: “A sentença – 35 anos”, Cláudio Renato, GloboNews.
Deixe um comentário