Segundo o também presidente do Congresso, as razões para sua ausência são meramente institucionais. Na nota de três frases, Renan diz que o jantar é “aprimoramento da democracia” – a reunião ocorre na semana em que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve pedir investigações sobre o suposto envolvimento de políticos no esquema de corrupção descoberto pela Operação Lava Jato na Petrobras. Renan é um entre as dezenas de mandatários citados em depoimentos de delatores do caso, e nega as acusações.
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“Decidi abster-me do jantar entre o PMDB, a presidente da República e ministros, em que se discutirá a coalizão. O presidente do Congresso Nacional deve colocar a instituição acima da condição partidária. Considero o encontro como aprimoramento da democracia”, limitou-se a dizer Renan.
O mal estar entre PT e PMDB se agravou com a eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para presidente da Câmara. Era primeira derrota imposta pelos peemedebistas ao governo, que apoiou Arlindo Chinaglia (PT-SP), já no primeiro ato da nova legislatura (2015-2018). Diante do quadro, o ex-presidente Lula entrou em campo para auxiliar Dilma na tarefa de acalmar o principal partido da base aliada – são 71 representantes na Câmara e 18 no Senado –, essencial para a aprovação de projetos de interesse do governo no Congresso.
Na última terça-feira (24), o próprio Renan declarou que a parceria com o governo está “capenga”. A avaliação foi feita instantes depois de jantar no Palácio do Jaburu – cujo anfitrião é o vice-presidente da República e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer – que também reuniu ministros de Dilma com o comando peemedebista.
Além de Temer e Cunha, participarão do jantar desta noite os seis ministros do PMDB, entre eles Kátia Abreu (Agricultura) e Eduardo Braga (Minas e Energia), e os líderes do partido no Senado, Eunício Oliveira (CE), e na Câmara, Leonardo Picciani (RJ). Também deve comparecer à residência oficial da Presidência o presidente nacional em exercício do PMDB, senador Valdir Raupp (RO).