Segundo o ex-diretor, Renan recebeu as propinas por meio de contratos com a própria Diretoria de Abastecimento, em acúmulo de repasses que “furaram” aquele limite de pagamentos irregulares. As informações foram na tarde desta quarta-feira (4) pelo site do jornal O Estado de S. Paulo.
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Depois da notícia do Estadão, Renan foi interpelado por repórteres no Senado e disse que “feliz da democracia em que pode haver o questionamento a homens públicos”. O que não pode ocorrer, disse o senador, é que tais autoridades não deem explicações “convincentes”. “Eu terei resposta para qualquer questionamento, porque absolutamente eu não tenho nada a ver com isso [Lava Jato]”, declarou o peemedebista.
A reportagem lembra que o esquema desvendado pela Polícia Federal na Petrobras, a partir de março de 2004, consistia no “loteamento” de diretorias entre PT, PMDB e PP. Os postos de comando propiciavam a arrecadação e posterior distribuição de propinas para políticos, em percentuais que variavam entre 1% e 3% de cada grande contrato – no caso do presidente do Senado, disse o relator, a extrapolação do teto foi para permitir que “fosse incluído um valor para Renan”.
Costa também informou que Renan Calheiros tinha como “interlocutor” na Diretoria de Abastecimento o deputado federal Aníbal Ferreira Gomes (PMDB-CE), eleito prefeito de Aracajú para o período 1989-1993. O Estadão lembra que Aníbal é “ferrenho defensor da família Calheiros no Congresso”, e que empregou em seu gabinete o filho mais novo de Renan, Rodrigo Rodrigues Calheiros. Nas articulações junto à estatal o deputado se apresentava, registra ainda o jornal, como “representante do presidente do Senado”.
Lista
PublicidadeComo este site adiantou ontem (terça, 3), tanto Renan quanto o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), devem figurar na lista de políticos investigados entregue pela Procuradoria Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal.
A Procuradoria-Geral da República requereu a investigação de 54 pessoas, em 28 inquéritos. As investigações são contra pessoas com foro privilegiado (deputados federais, senadores e ministros) e sem foro privilegiado. A PGR pediu ainda sete arquivamentos por entender que não houve elementos suficientes para a continuidade das investigações em alguns casos. Governadores serão investigados no Superior Tribunal de Justiça. Ex-parlamentares e ex-governadores responderão na Justiça Federal do Paraná.
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