O partido Rede Sustentabilidade irá recorrer contra a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de encaminhar o inquérito que investiga o ex-governador e presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin. A investigação foi remetida à Justiça Eleitoral em vez da força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo. Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), “uma empreiteira não entrega 10 milhões em espécie a um político apenas por ir com sua cara, mas, seguramente, por esperar algum favor em contrapartida”.
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Na última quarta-feira (11), a ministra do STJ Nancy Andrighi atendeu requerimento do vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, procurador encarregado de oficiar junto ao STJ, instância da Justiça em que os governadores detêm foro privilegiado.
PublicidadeAlckmin, apontado como “Santo” nas planilhas da Odebrecht, foi citado pelos ex-executivos da Odebrecht Benedicto Júnior, Carlos Armando Paschoal e Arnaldo Cumplido como beneficiário de doações da ordem de R$ 10 milhões, via caixa dois, nas campanhas de 2010 e 2014.
Luciano Maia recomendou que a investigação fosse remetida à Justiça Eleitoral por entender que as investigações apontam para crime eleitoral. “Os fatos vindos a público em abril de 2017 [homologação das delações da Odebrecht no STF] indicavam suposta prática de crime eleitoral”, diz Maia em trecho de seu ofício. Assim o inquérito, que corre sob sigilo, foi distribuído à Justiça Eleitoral apesar do pedido dos procuradores da Lava Jato em São Paulo para ter acesso às investigações.
Randolfe também questiona a isenção do vice-procurador-geral. Luciano Maia é primo do senador Agripino Maia (DEM-RN), cogitado para ser vice na chapa de Alckmin. Para ele, a relação familiar do procurado com o parlamentar “compromete completamente sua isenção para atuar no caso”.
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