Alvaro Dias (PSDB-PR)
Uma das principais vozes da oposição na CPI, o líder do PSDB, senador Alvaro Dias, defende que as investigações transcorram além do que já foi apurado pela Polícia Federal nas operações Monte Carlo e Vegas. Um dos mais ferrenhos oposicionistas do Senado, Alvaro Dias já vem provocando o governo, dizendo que denunciará duramente qualquer percepção de que a CPI será “uma farsa”.
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Inicialmente barrado pela Lei da Ficha Limpa, Cássio Cunha Lima tomou posse como senador apenas em novembro do ano passado. Ex-governador da Paraíba, Cássio defendia que um dos cargos principais da CPI – presidente ou relator – ficasse com alguém da oposição, mas o governo não abriu mão dos postos.
Ciro Nogueira (PP-PI)
Nascido em Teresina em 1968, Ciro Nogueira é advogado por formação e atua no ramo empresarial. Antes da eleição ao Senado, exerceu por quatro legislaturas consecutivas o mandato de deputado federal, entre 1995 e 2007. Foi o segundo candidato ao Senado mais votado nas eleições de 2010. Foi filiado ao PFL (hoje DEM) e está no PP desde 2004. Na Câmara, Ciro foi corregedor, segundo-vice-presidente e quarto-secretário da Mesa Diretora. No segundo biênio desta legislatura, candidatou-se à presidência da Casa, mas foi derrotado pelo candidato do PMDB, Michel Temer (SP), hoje vice-presidente da República. Ciro foi apontado como uma versão lapidada do ex-deputado Severino Cavalcanti: seria um representante do baixo clero, como o ex-presidente da Câmara, mais novo e com ternos bem cortados.
Leia também
Fernando Collor (PTB-AL)
Ele foi o alvo da CPI mais importante da história, a CPI do caso PC, que levou ao seu impeachment como presidente da República. Agora, do lado oposto, Collor será um dos integrantes da CPI do Cachoeira. Justamente por ter sido vítima de uma investigação, não é muito provável que Collor assuma agora uma condição de algoz dos investigados na condição de investigador. Não é a primeira CPI que terá Collor como integrante: ele também foi membro da CPI da Petrobras.
Humberto Costa (PT-PE)
Nascido em 1957, Humberto Costa iniciou a vida pública em 1975, no movimento estudantil da Universidade Federal de Pernambuco, à época da ditadura. Médico, professor universitário e jornalista, é um dos fundadores do PT pernambucano e hoje integra a Executiva Nacional da legenda. Foi ministro da Saúde no primeiro mandato do ex-presidente Lula, quando acabou vendo seu nome envolvido com a Operação Vampiro, da Polícia Federal, que investigou um esquema de irregularidades na venda de hemoderivados. Em março de 2010, foi absolvido na ação que investigava seu envolvimento. Eleito para o Senado, tornou-se líder do PT em 2011, substituído este ano na função por Walter Pinheiro. É o relator do processo de cassação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) no Conselho de Ética.
Jayme Campos (DEM-MT)
Indicado pelo Bloco da Minoria (DEM/PSDB), Jayme Campos é vice-presidente do Conselho de Ética do Senado. Devido a um impasse sobre a presidência do colegiado, que estava vaga até a eleição do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) para ocupar o cargo, Campos foi cotado para presidir o Conselho durante o processo que investiga se houve quebra de decoro parlamentar por parte de Demóstenes Torres. No entanto, Campos se declarou impedido por ser, na época, do mesmo partido do senador envolvido. Na semana passada ele declarou que espera que a CPI não acabe em “pizza, devido ao rolo compressor da bancada do governo”. Em 2009, o senador foi titular da CPMI da Amazônia.
José Pimentel (PT-CE)
Líder do governo no Congresso, o senador José Pimentel deverá ser um dos mais fieis integrantes da bancada governista na CPI. Bancário, ex-ministro da Previdência no governo Lula, Pimentel está em seu primeiro mandato como senador.
Kátia Abreu (PSD-TO)
Experiente em CPIs, a senadora Kátia Abreu já participou de três comissões parlamentares. Em 2003, quando era deputada, Kátia Abreu foi indicada como suplente na CPMI da Exploração Sexual e na CPMI da Terra, destinada a investigar as ações de entidades sociais que atuavam em assentamentos. Representante dos ruralistas, a então deputada foi uma das que rejeitaram o relatório do deputado João Alfredo (Psol-CE) e aprovaram um texto alternativo do deputado Abelardo Lupion (PFL-PR). Em seu relatório paralelo, Lupion pedia o enquadramento de ocupação de terra como “ato terrorista”. Em 2005, Kátia Abreu foi suplente na CPMI dos Correios.
Lídice da Mata (PSB-BA)
Nascida em 1956, Lídice é a primeira senadora eleita pela Bahia e única mulher a comandar a prefeitura de Salvador, cargo que conquistou em 1992. Em outubro de 2010, Lídice foi eleita a primeira senadora pela Bahia com 3.385.300 votos. Considerada um nome de confiança da presidenta Dilma, até pela identificação com as conquistas eleitorais como mulher, em março foi escolhida por unanimidade como a líder da bancada do PSB no Senado.
Paulo Davim (PV-RN)
Médico cardiologista e especialista em medicina intensiva, Paulo Davim nasceu em 1959 em Natal. Tomou posse no Senado em fevereiro de 2011, na condição de primeiro suplente do senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), licenciado para assumir o Ministério da Previdência Social. De perfil discreto, não deve causar problemas para o governo como membro da CPI.
Pedro Taques (PDT-MT)
“Não sou situação, nem oposição. Sou Constituição”. Esse tem sido o lema do procurador Pedro Taques na sua atuação no Senado. Embora pertença à base aliada, Pedro Taques é um dos chamados “independentes” do Senado, grupo que reúne nomes como os peemedebistas Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE). Defensor da Lei da Ficha Limpa também para servidores públicos, é ex-procurador do estado de Mato Grosso.
Ricardo Ferraço (PMDB-ES)
Nascido em 1963 em Cachoeiro de Itapemirim (ES), Ricardo Ferraço, embora venha divergindo do governo em questões relacionadas ao pacto federativo, por considerar que o Espírito Santo vem sendo prejudicado, é tido como voto governista fiel na CPI. O peemedebista foi um dos principais opositores ao projeto de resolução aprovado ontem no Senado que unifica a alíquota do ICMS sobre produtos importados. Aliado do governador Renato Casagrande (PSB-ES), ele alega que a medida provocará prejuízo anual de R$ 2 bilhões ao Espírito Santo.
Sérgio Souza (PMDB-PR)
Nascido em 1971 em Ivaiporã, o advogado especializado em Direito Administrativo, Público e Eleitoral é o primeiro suplente da agora ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e um dos senadores mais discretos da atual legislatura. Empossado em junho de 2011, Sérgio é considerado voto certo em favor do governo nas questões da CPI, até pela relação de proximidade entre a senadora titular e a presidenta Dilma.
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
Nascida em 1961, é filiada ao PCdoB desde 1980. Iniciou sua carreira política em 1989, quando se elegeu vereadora constituinte por Manaus (AM) pela primeira vez (1989-1993). Elegeu-se senadora em 2010, depois de exercer o mandato de deputada federal por três legislaturas. Foi vereadora por três vezes. Embora tenha construído sua carreira política no estado de Amazonas, com intensa atuação partidária, nasceu em Videira (SC). Foi líder estudantil e hoje é professora com formação em Farmácia pela Universidade Federal do Amazonas.
Vicentinho Alves (PR-TO)
O senador Vicentinho Alves foi indicado pelo bloco União e Força, formado por PTB, PR e PSC. Em 2008, quando era deputado federal, ele foi o relator da CPI da Subnutrição de Crianças Indígenas. Em seu parecer, Vicentinho apontou caminhos para combater as mortes de crianças nas aldeias e encaminhou o relatório para a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, ao Ministério Público e ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Vicentinho assumiu o mandato como senador graças à Lei da Ficha Limpa, pois o Tribunal Superior Eleitoral indeferiu a candidatura do ex-governador do Tocantins, Marcelo Miranda, garantindo a Vicentinho Alves a diplomação e posse como senador do Tocantins a partir de 1º de fevereiro de 2011.
Vital do Rêgo (PMDB-PB)
Vitalzinho, como é conhecido na política local, é corregedor do Senado e foi indicado pela liderança do PMDB para presidir a CPI do Cachoeira, depois da recusa de diversos de seus correligionários quando consultados sobre a disposição para a tarefa. Formado em Direito e Medicina, é membro de família recheada de políticos nordestinos. Deputado federal (2007-2010) que norteou seu mandato pela defesa dos direitos do consumidor, deve consumir grandes voltagens de energia na tarefa de agradar à presidenta Dilma na condução dos trabalhos do colegiado e, ao mesmo tempo, demonstrar gratidão à cúpula do partido no Senado por ter-lhe confiado a função de destaque em ano eleitoral.