Quem perde com a guerra de Trump com a imprensa?
O bate-boca do governo Trump com a mídia virou a principal notícia da primeira entrevista coletiva na Casa Branca, na terça-feira, 23 de janeiro. Alinhado ao estilo do seu chefe, o novo porta-voz Sean Spicer encarou os jornalistas e sustentou o neologismo “fatos alternativos”, criado para contrapor a versão dos jornais americanos de que os assessores de Trump haviam apresentado dados falsos para mostrar que a posse do republicano fora a mais vista da História. Bastava comparar com a foto da posse de Obama, há oito anos, para que a narrativa virasse pó.
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A questão aqui é atentar para o enorme desserviço que atitudes histriônicas como as do novo governo prestam à democracia e à imprensa livre, um de seus maiores pilares. E o mundo assiste a esses atos de selvageria verbal justamente no país com a imprensa tida como a mais livre do mundo. Não que seja novidade a tensão entre a imprensa e a Casa Branca, mas nunca chegou aos níveis atuais.
O ritual dos presidentes norte-americanos de conversar com os jornalistas tem mais de um século, começou em 1913, na gestão de Woodrow Wilson, que teria mandado avisar aos jornalistas que estaria disponível para uma conversa informal. Foi surpreendido pela presença de 125 profissionais ao encontro, o que o levou a improvisar a sessão de perguntas e respostas que se tornou tradição e símbolo da relação do poder com a imprensa.
Trump parece levar ao ápice a determinação de desmontar tudo isso. “Você não. Sua empresa é terrível, fique quieto”, disse a um jornalista na coletiva que concedeu antes da posse.
Bravatas assim revelam um desrespeito à sociedade americana e aos seus próprios eleitores, pois a mídia é um dos canais que autoridades e agentes públicos devem utilizar para informar a opinião pública sobre seus atos e a motivação para as medidas adotadas. Hoje, com a sociedade conectada em rede global, políticos e governantes dispõem de múltiplos meios para uma comunicação direta com a sociedade, mas não devem menosprezar a imprensa livre. Não há fatos alternativos nem notícias falsas que sobrevivam a tantos ataques. Como disse o juiz da Suprema Corte americana Louis Brandeis (1856-1941), em expressão que se tornou célebre para qualificar o debate público de ideias: “A luz do sol é o melhor desinfetante”.
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Preocupação com notícia falsa pode fortalecer a mídia profissional
Levantamento realizado pelo Instituto Reuters com 143 editores e executivos de mídia de vários veículos mostrou que eles acreditam que a preocupação generalizada do público com notícias falsas e com a desinformação acabará fortalecendo o jornalismo profissional. Para os profissionais da área de imprensa, a mídia de qualidade deve ser “mais afirmativa sobre o jornalismo e como ele é feito”. A sondagem mostrou também que 46% dos executivos estão mais preocupados do que no ano passado com as plataformas de distribuição de notícias e com o efeito delas, caso do Facebook, com o seu modelo de negócios.
Brasileiro confia na notícia dos jornais
A edição de 2016 pesquisa da Secretaria de Comunicação da Presidência sobre como o brasileiro consome informação confirmou resultados anteriores. Os dados mostram que 60% dos brasileiros confia sempre, ou quase sempre, nos jornais. As taxas haviam sido de 58% em 2015 e 53% em 2014. Os jornais mais lidos são o Globo e a Folha de S. Paulo.
Como nas edições anteriores, a confiança nas notícias de sites, blogs e redes sociais é baixa: a maioria dos usuários da internet confia poucas vezes ou nunca nessas plataformas (apenas 14% disseram confiar).
A TV é o meio de comunicação mais acessado pelos entrevistados, mencionada pela quase totalidade da mostra. Na sequência vem o rádio (dois em cada três entrevistados disseram ouvir rádio) e um em cada quatro dizem ler revista.
A pesquisa de campo foi realizada em março e abril de 2016 com 15 mil entrevistados.
A “fotomontagem oficial” de Temer vira meme na internet
O objetivo do marqueteiro Elsinho Mouco era transmitir “serenidade, equilíbrio e confiança” com a foto oficial de Michel Temer. Mas a foto, uma montagem tendo ao fundo um céu azul e a bandeira do Brasil acabou virando alvo de piadas na internet e apelidada da “toscoshop” por internautas.
A divulgação da foto oficial vai na contramão do que o próprio Temer disse em setembro, ao ser efetivado no cargo. Ele afirmou ao Globo que fotos oficiais em repartições eram um “culto à personalidade”, não condizente com a democracia. Na ocasião, chegou até a fazer brincadeira com o retrato na parede das repartições: “Toda a vez que vejo um retrato meu na parede parece que eu já morri”.
A imagem final (foto a direita), com acabamento mais elaborado e cores retocadas, foi divulgada pelo autor, o fotógrafo Orlando Brito.
Emojis ajudam cientistas a entender o comportamento humano
Os emojis são capazes de reforçar uma mensagem, atribuir novos sentidos a ela, como a ironia, ou até mesmo ser a própria mensagem, dispensando palavras e maiores explicações. Tantas faculdades chamaram a atenção dos cientistas, que buscam através dessa nova forma de comunicação entender melhor o comportamento humano.
De acordo com a psicóloga Linda Kaye, é possível observar uma melhora na comunicação com o uso das carinhas e desenhinhos. Alguns estudos já apontaram que ao se ler uma mensagem com esses recursos visuais são ativadas algumas áreas do cérebro ligadas à linguagem e à emoção, que se aproximaria de uma interação face a face.
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