O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, reagiu a uma publicação do Ministério da Saúde na noite de sábado (22). No post, a pasta agradece genericamente a cooperação internacional pelo recebimento de insumos para a produção de vacinas.
Confúcio disse, feito para amigos, fiel à sua palavra. pic.twitter.com/UDaratn7pQ
— Yang Wanming (@WanmingYang) May 22, 2021
Yang Wanming chamou atenção para a colaboração entre os países e falou: “Confúcio disse, feito para amigos, fiel à sua palavra.”
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Por meio de seu perfil pessoal, o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, respondeu ao diplomata: “Agradecemos sempre o apoio do senhor nesse momento de dificuldade sanitária. O Ministério da Saúde espera ter sempre a sua parceria para essa e futuras ações”.
@WanmingYang agradecemos sempre o apoio do senhor nesse momento de dificuldade sanitária. O @minsaude espera ter sempre a sua parceria para essa e futuras ações.
Publicidade— Marcelo Queiroga (@mqueiroga2) May 23, 2021
Quase duas horas após a publicação do embaixador, o Itamaraty se pronunciou timidamente pelas redes sociais com a hashtag #DiplomaciaDaSaúde. Em nova publicação, o Ministério das Relações Exteriores agradeceu à “Chancelaria da República Popular da China pelos esforços na pronta liberação dos insumos contratados à Oxford/AstraZeneca”.
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Na semana passada, os governadores João Doria (PSDB-SP), Waldez Góes (PDT-AP), Flávio Dino (PCdoB-MA) e Wellington Dias (PT-PI), representando o Fórum dos Governadores, se reuniram com o diplomata chinês para reforçar a urgência do envio do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), matéria-prima utilizada na produção de vacinas contra o novo coronavírus, ao país.
“Senhor embaixador, assim como marcamos uma reunião para pedir, agora nos cabe agradecer o esforço da China para nos atender com os “insumos do exterior”, que tanto precisamos em momento tão difícil. Na parte que nos cabe, representando o Maranhão, V.Exa tem o nosso reconhecimento”, disse o governador do Maranhão.
Apesar de ser o maior parceiro comercial do Brasil há onze anos e fundamental para o desenvolvimento de vacinas contra a covid, o governo Bolsonaro segue em conflito com a China. Em depoimento à CPI da Covid na semana passada, o ex-chanceler, Ernesto Araújo, negou ter feito declarações xenofóbicas contra o país. Senadores se revoltaram com a fala do ex-ministro e acusaram Araújo de mentir, já que há registros públicos de falas preconceituosas contra a China.
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Acusar a China de responsabilidade pela pandemia é apenas anticomunismo barato e ridículo. O vírus surgiu na China como poderia ter surgido em qualquer lugar. É um fenômeno natural, como um tsunami, que atingiu primeiro a China. Esta, com isso, aprendeu a controlar o vírus e hoje ajuda o mundo a fazê-lo. Parabéns à China, que rapidamente comunicou ao mundo sobre a epidemia, assim que teve confirmação oficial e verificou não tratar-se de fake news.