O vice-líder do governo, deputado Silvio Costa (PSC-PE), afirmou após a votação que determinou o fim do chamado “distritão” que o resultado representou a “derrota da arrogância” do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Com 267 votos, a Câmara rejeitou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que tentava acabar com o sistema proporcional de votação para que fosse instituído o chamado “distritão” – que consiste na eleição dos deputados mais votados em cada estado. A proposta estava incluída no projeto de reforma política e era capitaneada por Cunha. Apenas 210 deputados votaram a favor da proposta.
“O que aconteceu aqui hoje foi a derrota da arrogância. Quando o ‘distritão’ era encaminhado pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB), ele era majoritário aqui na Câmara. Agora, a partir do momento que foi encampado pelo Cunha ele enterrou o ‘distritão . O que houve aqui na Câmara foi o voto contra a arrogância do presidente da Câmara”, analisou Costa.
O deputado disse também que um dos fatores que contribuíram para essa derrota expressiva do presidente da Câmara foi o fato de ele ter destituído a Comissão Especial da reforma política às vésperas dela apresentar o relatório final sobre a matéria. Após três meses de trabalho, a Comissão Especial iria apresentar um texto-base da reforma política na segunda-feira (25). No entanto, dez minutos antes da abertura dos trabalhos, o presidente da Câmara determinou o cancelamento da última sessão do colegiado e decidiu votar a proposta sem o relatório da Comissão.
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Mesmo antes de saber do resultado final, o presidente da Câmara já imaginava uma eventual derrota. A pessoas próximas, ele estimou que a proposta do “distritão” teria no máximo 290 votos favoráveis. Até mesmo representantes do governo, que eram contra o “distritão”, foram surpreendidos com o número baixo de deputados que votaram a favor da PEC. O líder do governo José Guimarães (PT-CE), por exemplo, acreditava que a PEC teria em torno de 270 votos favoráveis.
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