A Câmara e o Senado fizeram uma pesquisa de opinião para entender como os brasileiros têm se comportado em relação às notícias falsas divulgadas na internet. E essa pesquisa indicou que as fake news compartilhadas em redes sociais realmente têm tido um impacto relevante no cenário político nacional. É que, apesar de oito em cada dez brasileiros já terem identificado alguma fake news nas suas redes sociais, quase a metade dos entrevistados admitiu já ter usado informações vistas nessas redes para definir o voto em períodos eleitorais.
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“Entre os participantes da pesquisa, 45% afirmaram ter decidido voto em período de eleições levando em consideração informações vistas em alguma rede social. Analisando separadamente as redes sociais, as mais citadas foram o Facebook (31%) e o Whatsapp (29%)”, informa a pesquisa do DataSenado, que também identificou uma influência relevante do Youtube (26%), do Instagram (19%) e do Twitter (10%) nessa decisão eleitoral.
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O estudo ainda diz que o percentual de brasileiros que já decidiram algum voto com base em informações vistas em redes sociais é maior entre os mais jovens, entre pessoas com escolaridade alta e pessoas com renda familiar alta. Esse índice passa dos 50% entre os jovens de 16 a 29 anos, os brasileiros que chegaram ao ensino superior e os que ganham mais de cinco salários mínimos. Já quando se analisa a orientação partidária dos eleitores que usam as redes sociais para definir o seu candidato, é a direita que sai na frente: 55%, ante 46% da esquerda e 43% do centro.
Isso acontece porque, como reconhecem 83% dos entrevistados, o conteúdo das redes sociais influencia muito a opinião das pessoas. Tanto que as redes sociais já despontam como a principal fonte de informação de boa parte dos brasileiros. O WhatsApp, por exemplo, sempre é utilizado como uma fonte de comunicação por 79% dos entrevistados pelo DataSenado. Outros 36% às vezes usam o aplicativo de mensagens para se informar.
Outros meios indicados como os mais utilizados como fonte de informação foram a televisão (50% sempre e 36% às vezes), o Youtube (49% sempre e 39% às vezes) e o Facebook vem depois (44% sempre e 35% às vezes). Só depois disso vieram os sites de notícias, que sempre são consultados por 38% dos entrevistas e são consultados às vezes por 46% desse pessoal. Os percentuais de consulta à rádio (22% e 40%) e ao jornal impresso (8% e 31%) foram ainda menores, abaixo até que o do Instagram (30% e 30%).
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Apesar de admitirem a influência das redes sociais no modo de a população brasileira se informar e definir o seu voto, os entrevistados pela Câmara e pelo Senado também reconheceram a existência de um volume relevante de notícias falsas nesse ambiente virtual.
Segundo a pesquisa, 82% dos entrevistados disseram já ter identificado uma notícia falsa em rede social. Além disso, 77% acreditam que, nesse meio, as fake news têm mais visibilidade do que notícias verdadeiras. Por isso, quase a metade deles (47%) admite que não é fácil identificar se a notícia é verídica.
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Nem todos que perceberam a inverdade de uma publicação, contudo, perderam a confiança no que veem nas redes sociais. De acordo com o estudo, 40% dos entrevistados disseram que esse contratempo não prejudicou a confiança que depositam nas suas mídias. A maior parte dos brasileiros com acesso à internet (90%) ainda acha que as redes deixam as pessoas mais à vontade para expressar opiniões preconceituosas.
Quase a totalidade dos entrevistados (96%), contudo, mostrou-se favorável à punição de quem compartilha notícias falsas na internet. Cerca de 70% ainda diz que essa punição deve ser estendida para o autor das fake news e para as redes sociais que permitiram sua publicação. Nove em cada dez entrevistados ainda acreditam que o governo deve fazer campanhas de conscientização sobre notícias falsas, assim como as redes sociais devem colocar avisos sobre o risco de compartilhamento de notícias falsas.
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