Os deputados do PT vão exigir dos candidatos à presidência da Câmara a composição proporcional ao tamanho de cada representação partidária na formação da Mesa Diretora da Casa. A decisão foi tomada nesta terça-feira (17) na reunião da bancada em Brasília e é a única solução política para que o partido não fique politicamente isolado e fora de qualquer instância de poder na Câmara. “Esperamos que a democracia e o regimento interno sejam respeitados e a preferência da população que votou no PT seja considerada”, disse o líder petista, Carlos Zarattini (SP).
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A exigência do PT de ocupar um cargo na direção da Câmara pode ser atropelada pela formação de uma super aliança parlamentar liderada pelo PMDB e composta pelo PSDB, PP, PR, DEM, PTN, PSD, PSB, PPS e por outras legendas menores. Essa frente, com mais de 350 deputados governistas, impedirá a ocupação do cargo por um petista. Pelo regimento, os blocos parlamentares passam a ser considerados na formação proporcional da Mesa Diretora.
Dificilmente a bancada decidirá pelo apoio a um candidato específico, seja Rodrigo Maia (DEM-RJ), Jovair Arantes (PTB-GO), Rogério Rosso (PSD-DF) ou André Figueiredo (PDT-CE). Também é praticamente nula a possibilidade de lançar um nome próprio para a disputa. A tendência, segundo parlamentares do PT, é deixar que cada deputado vote livremente, desde que a legenda ocupe pelo menos uma posição na Mesa Diretora.
O PT tem 57 deputados no exercício do mandato. Outros dez eleitos ocupam cargos em prefeituras e governos estaduais, mas serão considerados na contabilidade que define a proporcionalidade na ocupação de cargos na direção da Casa. Por isso, os petistas alegam ter direito a indicar um concorrente para disputar uma vaga na Mesa Diretora. O partido ainda não decidiu se vai liberar a bancada para escolher livremente um nome para a presidência, como aconteceu na eleição de Rodrigo Maia, em julho.
O maior temor da legenda que comandou o Palácio do Planalto por 13 anos – oito com o ex-presidente Lula e cinco com a presidente cassada Dilma Rousseff – é ficar isolado politicamente, fora da Mesa Diretora e sem poder algum na Câmara. Desde 2003 o PT conseguiu eleger três presidentes da Casa – João Paulo Cunha (SP), condenado no mensalão, Marco Maia (RS), envolvido em denúncias de corrupção, e Arlindo Chinaglia (SP). Hoje o partido nem cogita concorrer à direção da Casa e se contenta com o direito de ocupar um cargo na Mesa Diretora.
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