O Psol e a Rede Sustentabilidade protocolaram representação na Câmara contra o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, por quebra de decoro parlamentar no caso do bunker com R$ 51 milhões em Salvador. O pedido foi apresentado na Secretaria-Geral da Mesa da Câmara, que terá três sessões para entregar o documento ao Conselho de Ética da Casa.
“As graves denúncias, além de constituírem prática de atividades ilícitas pelo representado, caracterizam, por si, condutas incompatíveis com a ética e decoro parlamentar”, alegam as legendas. No documento, o Psol e a Rede apontam os crimes atribuídos ao deputado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
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Após a instauração do processo, haverá a escolha do relator por meio de sorteio. O relator será o responsável por analisar o caso e emitir parecer favorável ou contrário à cassação. Somente após essas formalidades é que o colegiado vota o parecer pela cassação ou não do mandato do parlamentar baiano. Devido ao tramite e a proximidade do recesso parlamentar, a perspectiva é que o processo tenha andamento na Casa só no próximo ano.
Nessa segunda-feira (4), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denunciou Lúcio Vieira Lima, o irmão Geddel e a mãe Marluce Vieira Lima. Raquel Dodge também pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que seja decretada prisão domiciliar para Marluce e recolhimento noturno para o deputado.
De acordo com a denúncia, de 2010 até 5 de setembro deste ano, Marluce e os filhos cometeram crimes de ocultação da origem, localização, disposição, movimentação e propriedade das cifras milionárias em dinheiro vivo. A mãe de Lucio e Geddel escondia dinheiro em um closet de sua casa, até janeiro do ano passado. Após essa data, Dodge afirma que R$ 42 milhões e cerca de U$ 2,5 milhões foram transferidos para um apartamento no bairro da Graça, em Salvador.
PublicidadeSemanas depois, o dinheiro foi levado para um apartamento vizinho, onde ocorreu a apreensão pela Polícia Federal, na Operação Tesouro Perdido. A fortuna estava distribuída em malas e caixas no apartamento. Após 14 horas de contagem em máquinas, a PF concluiu que havia ali uma quantia totaliza em R$ 51.030.866,40. É a maior apreensão de dinheiro em espécie da história do país.
Na denúncia, foram anexadas provas documentais e testemunhais, segundo as quais, a família Vieira Lima lavava dinheiro por meio do mercado imobiliário. De acordo com o documento, entre 2011 e 2016, o empresário Luiz Fernando Machado Costa Filho, administrador da Cosbat – Construção e Engenharia, empresa de construção civil baiana especializada em empreendimentos imobiliários de alto luxo em Salvador, auxiliou a família na prática criminosa ao vender a empresas de Geddel, Lúcio e de seus pais, imóveis avaliados em mais de R$ 12 milhões.
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