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Na nota, a cúpula do Psol diz que o “famigerado Paulinho da Força” – apelido do deputado, um dos principais líderes da Força Sindical – age por orientação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), contra Chico Alencar, um dos principais opositores do peemedebista na atual legislatura. Foi o parlamentar do Psol um dos articuladores da representação apresentada contra Cunha no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar, em processo que será iniciado na próxima semana. Formalmente denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção e lavagem de dinheiro, e sob suspeita de envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras desbaratado pela Operação Lava Jato, Cunha negou nesta quinta-feira ter agido em conluio com Paulo Pereira, um de seus principais aliados no Congresso.
Ainda segundo o Psol, a representação contra Chico é baseada em documentos falsos e tem justamente a intenção de intimidar a ação do líder partidário “na luta contra Eduardo Cunha”. A nota lembra ainda que Paulo Pereira é réu no STF por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro, sob acusação de ter recebido propina em troca de liberação de financiamento no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Entre os mais de 130 deputados processados no Supremo, Paulo Pereira ainda responde a outros dois inquéritos, como este site mostrou em levantamento exclusivo publicado em 30 de agosto.
“Os fatos mencionados por Paulinho na referida representação já foram objeto de análise por parte do Ministério Público, com procedimento arquivado em favor do deputado Chico Alencar, restando provada ‘inexistência de improbidade administrativa ou dano ao erário, e a boa-fé do deputado’. Ao mesmo tempo, suas contas de campanha, com montante dos mais baixos entre os deputados eleitos no Rio de Janeiro, foram aprovadas pela Justiça Eleitoral”, diz trecho da nota (leia íntegra abaixo).
“Paulinho mandado”
Ao encontrar Paulo Pereira instantes depois do protocolo de representação contra si no Conselho de Ética, Chico Alencar foi irônico ao seu referir ao colega de Parlamento. “É uma manobra evidente, com todos os indícios de que foi orientada por Eduardo Cunha. Trata-se de um ‘paulinho mandado’ para tumultuar o ambiente, desviar o foco e sobrecarregar o Conselho [de Ética]”, declarou o líder do Psol, defendendo suas contas de campanha e os doadores de seu gabinete. “O dinheiro que gastei foi limpo. Se os funcionários de meu gabinete colaboraram, tenho muito orgulho, porque isso é uma posição política”, acrescentou o deputado, que foi à tribuna do plenário para falar sobre a representação.
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Chico informou que, ao tomar conhecimento dos rumores sobre a representação, procurou o líder do Solidariedade, Arthur Maia (BA), para explicar a situação. Na ocasião, diz o líder do Psol, Maia justificou que a iniciativa de Paulo Pereira tinha caráter pessoal e disse que tentaria dissuadir da decisão o colega de partido. Nesse sentido, acrescentou Chico, documentos foram encaminhados ao líder da Força Sindical para demonstrar seu equívoco.
Mas os esforços dos líderes do Psol e do Solidariedade não surtiram efeito. “Estou dando a oportunidade para ele se explicar e esclarecer estes fatos graves. Ele, que é a pessoa que mais defende a ética na Casa, não pode ser suspeito”, discursou Paulo Pereira, que também recorreu a vídeo para explicar sua representação, embora não o tenha feito em plenário.
Veja:
Confira a íntegra da nota do Psol:
“Nota do Psol sobre representação contra o deputado Chico Alencar
Neste dia 29 de outubro o Solidariedade, através de seu presidente nacional, Deputado Paulo Pereira da Silva (SD/SP), protocolou junto ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados uma Representação contra o Deputado Chico Alencar (PSOL/RJ), líder do PSOL e uma das principais lideranças nacionais que exigem o afastamento de Eduardo Cunha.
A iniciativa do famigerado Paulinho da Força – que é réu no Supremo Tribunal Federal – baseia-se em denúncias falsas e tem como objetivo intimidar o PSOL e seu líder na luta contra Eduardo Cunha.
Os fatos mencionados por Paulinho na referida representação já foram objeto de análise por parte do Ministério Público, com procedimento arquivado em favor do deputado Chico Alencar, restando provada “inexistência de improbidade administrativa ou dano ao erário, e a boa-fé do deputado”. Ao mesmo tempo, suas contas de campanha, com montante dos mais baixos entre os deputados eleitos no Rio de Janeiro, foram aprovadas pela Justiça Eleitoral.
É sabido que Paulinho da Força e seu partido compõem a base de sustentação do presidente da Câmara dos Deputados e têm colaborado para impedir o andamento das investigações contra Cunha.
Por isso, o PSOL repudia veementemente qualquer ataque à história e à atividade parlamentar de Chico Alencar, um deputado que orgulha nosso partido e que terá, hoje e sempre, toda a nossa solidariedade na luta contra as máfias que se apoderaram do legislativo brasileiro.
Não nos calarão! Fora Cunha e todos os corruptos!
Todo apoio a Chico Alencar e à bancada do PSOL na Câmara dos Deputados!”
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