Edson Sardinha e Larissa Calixto
O partido do presidente Jair Bolsonaro é apenas o sétimo em apoio ao governo no Senado. De acordo com levantamento do Congresso em Foco, os senadores do PSL entregaram 77% de seus votos ao governo nas votações nominais que contaram com orientação do Executivo no primeiro semestre. O percentual se aproxima ao do PT e fica longe do registrado pelas bancadas que se revelaram como as mais leais a Bolsonaro no início desta legislatura.
No Senado, o PSC e o PL foram as bancadas mais leais ao Planalto. Os senadores das duas legendas seguiram a orientação do governo em 91% das votações nominais realizadas no plenário entre março e junho deste ano. O PP, com 83%; o Podemos, com 81%; a Rede e o Cidadania, com 79%, também registraram um percentual de votos alinhado à posição do governo maior do que o próprio partido do presidente da República.
Ao todo, 11 senadores votaram integralmente com o governo. A lista completa dos senadores que mostraram 100% de lealdade ao Planalto pode ser vista abaixo e conta com apenas dois representantes do PSL. Nem o filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (RJ), está na relação.
PSL
PublicidadeCom apenas quatro senadores, o PSL não registrou nenhuma traição a Bolsonaro. Porém, deixou de entregar quatro votos ao governo devido a três ausências da senadora Soraya Thronicke (MS) e a uma ausência do senador Flávio Bolsonaro (RJ).
Em todas as oportunidades, as ausências foram atribuídas a compromissos parlamentares no exterior. Porém, neste levantamento, toda falta foi contada como voto contrário ao governo.
Soraya e o filho do presidente faltaram à votação do projeto que instituiu o chamado cadastro positivo para bons pagadores porque acompanhavam Bolsonaro em viagem oficial a Israel. A senadora ainda deixou de votar duas propostas de emenda à Constituição por estar em visita à China e à Alemanha.
Veja quais foram os 11 senadores que mostraram 100% de lealdade ao governo:
Arolde (PSD/ RJ)
Carlos Viana (PSD/ MG)
Eduardo Gomes (MDB/ TO)
Elmano Férrer (Podemos/ PI)
Fernando Bezerra Coelho (MDB/ PE)
Izalci Lucas (PSDB/ DF)
Jorginho Mello (PL/ SC)
Juíza Selma (PSL/ MT)
Lucas Barreto (PSD/ AP)
Luiz Carlos Heinze (PP/ RS)
Major Olímpio (PSL/ SP)
> Senado teve o melhor semestre desde 1994, diz Alcolumbre
Oposição
O levantamento mostra que o DEM, do presidente Davi Alcolumbre (AP), foi o partido que mais votou contra o governo no Senado. Os colegas de Alcolumbre votaram conforme a recomendação do Planalto em apenas 55% das vezes. Embora nunca tenha aderido oficialmente ao governo, a legenda comanda três ministérios: Casa Civil, Saúde e Agricultura.
O mapa de votação também revela um PT menos opositor no Senado. Os votos dos senadores petistas coincidiram com os do Planalto em 74% das vezes – índice próximo ao registrado pelo PSL.
Os senadores que mais fizeram oposição ao governo neste primeiro semestre foram, portanto, de outras siglas. Jader Barbalho (MDB/PA), que é do mesmo partido do líder do governo no Senado – Fernando Bezerra Coelho (MDB/PE) -, seguiu a orientação do governo em apenas 9% das votações. Porém, registrou dez ausências nas votações analisadas pelo Congresso em Foco. O segundo lugar dos mais oposicionistas ficou com Mara Gabrilli (PSDB/SP), que, com sete ausências, entregou 18,18% de seus votos ao Planalto.
Metodologia
O levantamento feito pelo Congresso em Foco analisou a votação de oito projetos no Senado. Três desses projetos eram propostas de emendas à Constituição e, por isso, foram votados em dois turnos. Logo, a pesquisa considera, ao todo, 11 listas de votação. Veja a relação completa abaixo.
Foram consideradas apenas votações nominais – aquelas em que cada parlamentar declara seu voto – realizadas em plenário. Ausências, obstruções e abstenções foram contadas como votos contrários à orientação dada pelo governo.
Veja quais votações foram analisadas pelo Congresso em Foco:
Cadastro Positivo (PLP 441/2015)
Votado no dia 13 de março
PEC do Orçamento Impositivo (PEC 34/2019)
O 1º e o 2º turno foram votados no dia 3 de abril
PEC que estende aos servidores militares estaduais o direito à acumulação de cargos públicos (PEC 141/2015)
O 1º turno foi votado no dia 2 de abril e o 2º turno no dia 3 de abril
Reforma Administrativa (MP 870/2019)
Votada no dia 28 de maio.
Fraudes INSS (MP 871/2019 )
Votada no dia 03 de junho.
Abertura de Crédito extra de R$248,9 bilhões (PLN 4/2019)
Votado no dia 11 de junho.
Alteração do rito de Tramitação das MPs (PEC 70/2011)
O 1º e o 2º turno foram votados no dia 12 de junho.
Derrubada do decreto das armas (PDL 233/2019)
Votado no dia 18 de junho
> Previdência divide oposição no Senado, indica levantamento
Sou uma seguidora e uma admiradora do portal congresso em foco. Mas estou bem decepcionada com essa matéria.
Esse tipo de artigo serve perfeitamente como material pra eleitor de Bolsonaro que gosta de afirmar que tudo o que sai na imprensa contra eles é fake news.
Vocês fazem essa manchete chamativa e pirotécnica de que o partido do governo é apenas o 7° em apoio, pra depois esclarecer que na real, nenhum senador do psl votou contra o governo. Que, na realidade, o que contou como voto contrário foram 4 ausências claramente justificadas de dois senadores (de uma bancada de 4.! o que, pelo tamanho reduzido, já gera uma distorção, tendo em vista que o impacto dessas faltas em uma bancada maior teria bem menos peso. PMDB tem 12, por exemplo).
Enfim.. desnecessária.Pelo menos que mudassem para uma metodologia mais razoável.
P.s.: antes desse, já tinha lido há pouco outro artigo igualmente decepcionante. A que ressalta o uso de auxílio-moradia pra um deputado distrital. Matéria que só contribui pra sedimentar a aversão do eleitor à política e torná-lo mais suscetível a discursos populistas e oportunidades de ‘nova política’. Se de fato o benefício é estendido a deputados distritais, e neste caso, o parlamentar não tinha residência própria (mas morava de aluguel ) não vejo por esse ponto específico nada imoral/amoral. Se for pra atacar o uso do benefício, que se estenda a todos, de maneira geral. Aí sim.. afinal de contas, o grosso do trabalhador brasileiro nao ganha auxílio para custos de moradia
(salvo raras exceções no setor privado) .
Por favor, não rebaixem o nível de vcs imitando conteúdo de portal de fofoca (um tv ofoco da vida).
Temos de pesquisar bem quem são os deputados e senadores traidores, que votam contra o Brasil.
Para se elegerem, mostram apoio mas, depois, cospem no prato onde comeram.