De acordo com o jornal O Globo, um carnavalesco da escola vencedora do carnaval carioca informou que construtoras brasileiras com negócios no país africano financiaram a Beija-Flor. A agremiação vinha recebendo críticas por ter recebido recursos do governo de Guiné Equatorial, um dos países com pior índice de desenvolvimento humano do mundo. Mas tanto a Beija-Flor quanto as autoridades africanas negam a utilização de dinheiro público no desfile.
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Cássio Cunha Lima diz que o pedido da oposição não pretende criminalizar a escola de samba. O alvo, afirmou o tucano, é outro: “É em relação à Queiroz Galvão e à Odebrecht que têm obras na Guiné Equatorial, país que patrocinou a escola de samba. Nós precisamos saber se tem dinheiro público no financiamento dessas obras. Se houver, estará caracterizada uma triangulação do dinheiro público através de uma empresa privada e de uma ditadura com patrocínio para a escola de samba”. As duas empreiteiras citadas pelo senador estão entre as investigadas pela Operação Lava Jato.
Segundo o líder tucano, o caso pode configurar tratamento desigual do governo brasileiro com as entidades carnavalescas. ”Teria, por isonomia e equidade, de patrocinar todas as escolas, e o faz por via transversa, na triangulação do financiamento feito pelo BNDES a uma empresa que trabalha num país africano e que devolve o dinheiro através de patrocínio a uma escola de samba”, afirmou.
Veja o discurso feito pelo tucano no Senado:
Além de perguntar se há obras financiadas pelo BNDES em Guiné Equatorial, o requerimento do PSDB questiona quanto foi repassado pelo banco brasileiro para obras no país nos últimos dez anos e quais empresas foram beneficiadas. O pedido de esclarecimentos também recai sobre os critérios adotados na seleção das obras e países beneficiados.
PublicidadeCássio Cunha Lima disse, ainda, que o episódio reforça a necessidade de instalação da CPI do BNDES, reivindicada pela oposição no Senado e na Câmara, na forma de uma comissão parlamentar de inquérito mista. “Há muita coisa a ser esclarecida sobre a caixa-preta que também é o BNDES”, declarou.
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